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A Igreja e os pastores charlatões da fé: Templo é dinheiro!

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“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9).

No tempo que o Messias visitou a Terra, houveram muitos episódios em que os líderes religiosos da época foram criticados, pasmem, pelo próprio Messias! A Bíblia relata que Jesus chegou a expulsar os vendilhões do templo. Outra vez, o Mestre chamou os religiosos de sepulcros caiados (túmulos que por fora são lindos mas dentro fedem). Hoje em dia, seguindo o pensamento de muitos cristãos, Jesus teria sido chamado de louco, herege, perturbado, criminoso e pecador, assim como o chamaram nos tempos em que ele fez tais coisas. E tudo isso se deve a uma intocável imagem que os próprios “líderes espirituais” plantam, diariamente, na cabeça das ovelhas.

O que temos visto hoje em dia faria Cristo chorar (acredito que Ele esteja realmente chorando). A fé virou um mercado, muito caro por sinal. “Pastores”, “Bispos”, “Missionários” e até mesmo “Apóstolos” tem ensinado que é necessário mais do que simplesmente fé para ser salvo/curado/restaurado/liberto. Tudo hoje em dia se resume a quanto eu posso contribuir. E, segundo esses pastores, o retorno é certo. “Você pode dar R$: 1.000?”, “Será que você pode dar a chave do seu apartamento ao Senhor?”, “Preciso de alguns milhões – choro – para continuar na TV”, são frases costumeiras nos cultos e reuniões de domingo.

Não tem pastor colocando arma na cabeça de fiel para conseguir dinheiro. A pressão física não existe, mas em compensação existe uma pior ainda: a pressão psicológica. Quem não quer ser rico? Quem não quer fazer “a vontade de Deus”? Quem não quer ter casa e carro próprios? Assim, a arma é a lábia. Não é incomum assistir no Youtube a vídeos de pastores ensinando a outros como conseguir mais dinheiro das ovelhas. E tudo isso pra quê? Para ter fama, poder, dinheiro.

Três deuses que não andam de mãos dadas com o Deus-Criador. Não é que pregar seja de graça. Em muitos casos e projetos, é necessário sim ter um certo subsídio financeiro, pois infelizmente ou felizmente o dinheiro regula – quase – tudo hoje em dia. Porém, os abusos não são certos.  

Alguns pastores hoje em dia não são mais investidos no pastorado por causa de vocação, mas sim porque pastorear uma igreja virou um trabalho como outro qualquer, não uma missão. Daqui a pouco estarão entregando currículos e fazendo concursos para essa “profissão”. Afinal, quem não quer ganhar seus R$: 25.000,00 por mês? Podendo chegar a um salário de milhões caso torne-se um líder consagrado. Ah como Jesus era diferente! O trabalho missionário de Cristo foi feito na base da carona em jumentos, procissões a pé, estadias de favor e muito suor no sol quente do Oriente Médio na maior parte do ano.

Com tanta simplicidade, Ele construiu um legado que já dura mais de 2.000 anos e contempla mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Ele não precisou de helicópteros e jatinhos de última geração, nem de figurar na lista dos homens mais ricos do mundo da revista Forbes. E a questão não gira em torno do voto de pobreza. Pastores e seus derivados não têm que serem pobres. Mas também devem viver uma vida em concordância razoável com suas reais necessidades.    

No “Shopping Gospel” existe de tudo: canetas para passar em concursos, meias para conquistar territórios, toalhas para curar, fogueiras para arrecadar dinheiro e até mesmo martelos da justiça para determinar vitórias. Tudo “ungido”, e tudo, claro, com um preço a ser pago (em dinheiro, de preferência).

Chega a ser engraçado, para não dizer trágico, pastores que condenam as indulgências que a Igreja Católica vendia na Idade Média, mas que eles fazem exatamente igual, vendendo indulgências do século XXI. Tudo isso para sustentar os jatinhos, congressos caríssimos, editoras e luxo, muito luxo. Enquanto isso, mais de 10.000 povoados do sertão do nordeste não possuem assistência religiosa. Milhares de pessoas morrem de fome e de sede, e o pior de tudo: morrem espiritualmente.

Pessoas são enganadas. Vendem terrenos e doam para a igreja confiando na mensagem do “pastor” que disse que Deus recompensará tudo em dobro. Dízimos e ofertas são utilizadas não para o sustento da casa de Deus, mas sim para financiamento de campanhas políticas eleitorais.

Para ser próspero, desinformados são amplamente enganados, por charlatões da fé que agem “em nome de Deus” para crescerem a conta bancária de seu próprio nome. “Mas temos que ficar calados!”, “Eles são ungidos!”, “Não toqueis num servo de Deus, como fez Davi!”, “Deixe que eles acertem suas contas com Deus!”. Uma ova! Deus com certeza cobrará de cada um de acordo com seus atos, principalmente daqueles que possuem maiores responsabilidades. É aquela velha história do quem a muito foi dado, muito será cobrado. Mas, isso não significa que ninguém possa denunciar os erros existentes nesse meio, e lutar para que o mal seja combatido. E isso não é escandalizar. Escandaliza quem rouba a igreja e os fiéis com doutrinas vagas e que estão totalmente distantes das escrituras.

Se você se cala diante de tamanhas barbaridades, você é conivente com isso! Jesus denunciou o pecado da religiosidade dos líderes de sua época, Lutero expôs ao mundo os abusos do clero na idade média, o Ministério Público tem denunciado e a Justiça têm condenado diversos líderes à prisão. Porque nós, que somos as maiores vítimas, devemos ficar calados diante disso? Ser sal e luz é denunciar o pecado também. Ser “pastor” hoje em dia é muito fácil: basta querer, infelizmente. Pra mim, ser pastor é mais que isso. É ter um chamado, ser vocacionado, ser ungido por Deus, não por homens. Ter a palavra de Deus nos lábios, e não apenas a palavra “dízimo”.

Minha oração é para que Deus abra a mente de seus filhos, e assim eles parem de ser enganados por esses vendilhões do templo. Que se mude o que é ensinado sobre ser próspero, e que as pessoas descubram que para se achegar a Deus não precisa pagar nada, já que o preço para isso foi pago há 2.000 anos atrás, através do sacrifício de Jesus na cruz. “Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” (1 João 4:1)

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