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Pastor que foi questionado pela cor de pele do filho vai processar autores

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O caso ganhou repercussão nacional depois que o pastor compartilhou algumas das mensagens negativas que recebeu de alguns internautas, após o nascimento do primeiro filho.

Marcos Davis Moreira de Oliveira, de 30 anos, e Débora Davis, de 25, deram à luz ao pequeno Noah Davis, em 19 de agosto, em Goiânia (GO). Depois disso, publicaram uma foto do momento da chegada do recém-nascido nas redes sociais. Mas, foram alvos de ataques racistas após a publicação da imagem.

O religioso e sua esposa afirmaram na época que era inadmissível, desrespeitoso e desumano os comentários ofensivos que receberam após o parto. Segundo eles, depois da publicação, eles receberam mensagens e comentários do tipo: “Tenho minhas dúvidas se o menino é filho deles”, “O menino foi trocado na maternidade”, “Não tem cabimento pais negros gerarem filho branco” e “Estranho a cor do garoto em relação aos pais”.

A Polícia Civil de Goiás abriu nesta semana um inquérito para investigar os comentários ofensivos e racistas cometidos pelos responsáveis pelos ataques. Uma ocorrência já foi aberta e também houve a instauração de um inquérito junto ao Grupo Especializado no Atendimento à Vítima de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de Goiás.

Além disso, o pregador comunicou que irá tomar providências judiciais contra os autores das mensagens. Ele explicou também que novos comentários ofensivos surgiram depois que ele e a esposa postaram fotos de um ensaio com o bebê.

“Lamentavelmente, após publicarmos fotos do ensaio newborn, continuaram os ataques. O racismo e a injúria racial tornou-se muito explícito no Brasil, e mais ainda com a explosão das redes sociais. Em pleno século 21, ainda nos deparamos com atos, comentários feitos por pessoas que pensam não haver nenhuma lei”, iniciou Davis.

“SERÃO RESPONSABILIZADOS”

“Esses comentários nunca foram opinião, nunca foram ponto de vista, muito menos liberdade de expressão; é uma forma de silenciar e desumanizar as pessoas”, escreveu.

O pastor destacou que, como cristão, tem o dever de perdoar os que fizeram tais comentários, mas, como cidadão, tem a responsabilidade de lutar por seus direitos e “não aceitar que outras famílias sintam” o que ele e a família “sem nenhum direito de defesa” tiveram que sentir, “num dos momentos mais felizes” de suas vidas.

“O que estão fazendo conosco é inescrupuloso, inaceitável e desumano. Para esses criminosos, não importa a genética, não importa estudar biologia ou analisar um pouco mais as pessoas nas quais atacam; o que importa é julgar, ferir e ridicularizar os outros através de palavras ofensivas e de maneira escancarada. Apesar de sermos figuras públicas e expormos, em parte, um pouco do nosso dia a dia, ninguém tem o direito de atingir nossa índole, nosso caráter e integridade. Já é estranho demais um adulto sofrer esses danos. Agora, imagina um bebê com poucos dias de vida ser submetido a tantas injúrias?”, continuou.

Ele finalizou dizendo que o crime de racismo está previsto na Constituição de 1998 e no Código Penal e declarou que os comentários “não ficarão impunes”. Para abrir o processo, a família reuniu os prints de todos os comentários com link para todos os perfis. Para abrir o processo, a família reuniu os prints de todos os comentários com link para todos os perfis.

“Já estou com os prints e link do perfil de todos. Cada um será responsabilizará pelo que disse. Deixo também um alerta para que todas famílias negras e brancas que me procuraram para compartilhar a experiência que tiveram semelhante a nossa saibam que o racismo sofrido na internet pode ser denunciado”, finalizou o pastor.

A Polícia Civil de Goiás irá investigar o caso e localizar as pessoas para enviar as intimações, segundo o pastor.

 

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