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Política

Bancada evangélica anula eleição para novo presidente após briga por suposta fraude

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A decisão da anulação foi tomada pelo atual presidente Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) - Foto: David Ribeiro/Câmara dos Deputados

A bancada evangélica no Congresso Nacional se reuniu nesta quinta-feira (02/02), para escolher o novo presidente. No entanto, adiou a eleição de seu após encontrar inconsistências no número de votos. Foi a primeira vez na história que o grupo não escolheu o seu representante por aclamação e precisou recorrer às urnas.

Ligado à Assembleia de Deus da região Norte, o deputado Silas Câmara (Rep-AM) era considerado o favorito para derrotar o deputado Eli Borges (PL-TO) e o senador Carlos Viana (Podemos-MG).

Diante desse cenário, a disputa foi adiada por decisão do atual presidente, o pastor e deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Quando a eleição por cédula estava se encaminhando para o fim, o grupo de Eli começou a questionar supostos indícios de fraude no registro de votos.

“O nosso sistema, por problema de internet, tem várias quedas e por isso tivemos problemas na nossa lista [de membros da bancada evangélica]. Nós tivemos alguns que, por acharem que o nome estava na lista, colocaram seus votos. Por conta disso, minha decisão foi pela nulidade da eleição nesse momento e convocar nova reunião para a segunda quinzena de fevereiro”, afirmou Sóstenes.

Após a anulação, alguns membros criticaram o movimento, bem como o indício de fraude nas eleições. O deputado Otoni de Paulo foi um deles:

“Se for declarado um vencedor, eu vou judicializar porque essa eleição foi fraudada”, declarou Otoni de Paula, ao se retirar irritado no meio da reunião da bancada evangélica. Segundo ele, parlamentares que não estavam subscritos como membros da Frente votaram em Silas Câmara.

“A gente não diz que somos crentes, irmãos, que somos a palmatória do mundo, que a gente corrige gay, todo mundo. E faz essa sacanagem aqui dentro, eu não tolero isso, não”, acrescentou Otoni.

A resolução só aconteceu depois de quatro horas de discussão entre os integrantes da Frente. A primeira medida foi realizar, pela primeira vez, uma votação via urna. Sem sucesso, sugeriram revezamento na chefia da bancada entre Câmara e Borges — proposta rejeitada por Borges, que prometeu judicialização caso a eleição não fosse anulada.

Devido à confusão, a reunião durou 4 horas e terminou sem se chegar a uma definição. A eleição foi remarcada para a segunda quinzena de fevereiro.

“A minha decisão foi pela nulidade da eleição. Vou publicar um novo edital. Nós tivemos dificuldades por causa do sistema de informática da Câmara”, disse o atual presidente da Frente.

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