A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou nesta quarta-feira (22/02), que o resultado do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina, doença conhecida como mal da “vaca louca”, deu positivo.
Com a confirmação, o Ministério da Agricultura suspendeu temporariamente a exportação de carne para a China.
O resultado dos exames laboratoriais foi comunicado pelo ministro Carlos Fávaro, na tarde desta quarta, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde o início, a pasta tem adotado providências para tranquilizar a população e evitar danos à exportação de carne brasileira.
As primeiras informações sobre o caso suspeito foram divulgadas na segunda-feira (20/02), pelo ministério. Fávaro pretende concentrar esforços no caso.
Segundo a Adepará, o caso ocorreu em uma pequena localidade do sudeste do Pará, que tem 160 cabeças de gado. O local já foi isolado e a propriedade foi inspecionada e interditada preventivamente, informou a Agência.
As ocorrências mais recentes de mal da “vaca louca” foram confirmadas em setembro de 2021 pelo Ministério. Tinham sido casos em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT). Além disso, em 2019, um caso atípico de vaca louca também foi registrado em um animal em Mato Grosso. Segundo o órgão, tratava-se de uma vaca de 17 anos, que foi abatida.
O QUE É A VACA LOUCA
A enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Como consequência, uma vaca que, a princípio, era calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.
A encefalopatia espongiforme bovina, nome científico da doença, é gerada por uma proteína infecciosa chamada príon. O príon já é presente no cérebro de vários mamíferos naturalmente, inclusive no ser humano, contudo, ele pode se tornar patogênico ao adotar uma forma anormal e se multiplicar demasiadamente.
Quando isso acontece, o príon mata os neurônios e no lugar ficam buracos brancos no cérebro, por isso o nome da doença de “espongiforme”, já que os buracos têm a forma semelhante a de uma esponja.
Não existe um tratamento ou vacina para a vaca louca, por isso, a melhor saída é prevenir que o animal desenvolva a proteína infecciosa, usando apenas as rações autorizadas.
O risco de humanos desenvolverem o mal da vaca louca existe no consumo de partes contaminadas do cérebro, da medula cervical, da tonsila ou de tecidos do fundo do olho de bovinos. Contudo, desde o final da década de 1990, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização destas partes para consumo, aponta o veterinário Enrico Ortolani, consultor do Globo Rural.
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