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Clínica clandestina: Pastores são acusados de práticas de maus-tratos

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Pastores são donos de clínica clandestina que mantinha pacientes de 14 a 96 anos em situação precária - Imagem/Reprodução

A Polícia Civil desencadeou uma operação que revelou uma clínica clandestina onde pacientes eram mantidos em condições desumanas, sofrendo maus-tratos, tortura e cárcere privado. Ocaso veio à tona em Anápolis, a 55 km de Goiânia, envolvendo um casal de pastores de uma igreja evangélica local.

O pastor Junior Klaus, que é acusado de liderar a clínica, está foragido, enquanto sua esposa, Suelen Klaus, servidora da Companhia Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), foi presa.

Segundo informações do delegado Manoel Vanderic, a operação resultou no resgate de 50 pacientes, todos eles apresentando lesões graves e estado de desnutrição. O pastor Junior Klaus conseguiu escapar quando avistou as equipes policiais, adentrando uma mata próxima. Sua esposa, Suelen Klaus, foi detida durante a operação que ocorreu na noite da última terça-feira.

As vítimas, que variavam entre 14 e 96 anos, eram predominantemente do sexo masculino e possuíam condições como deficiência intelectual, deficiência física, autismo e dependência química. Conforme os depoimentos coletados, os pacientes eram mantidos contra a vontade, mediante pagamento de pelo menos um salário mínimo mensal, em um ambiente insalubre e sem acesso adequado a cuidados médicos ou psicológicos.

Durante a investigação, um idoso de 96 anos deu entrada no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis (Heana) exibindo sinais alarmantes de maus-tratos. O delegado Vanderic relatou que “ele estava com várias lesões no corpo, desnutrido, desidratado e com mau cheiro”, o que acionou o início das investigações.

No momento do resgate, diversas vítimas apresentavam ferimentos graves, desnutrição e confusão mental, indicativos de possíveis sedações. A clínica clandestina também contava com funcionários que, segundo a polícia, participavam das agressões aos internos. Cinco desses funcionários foram presos durante a operação, com exceção de um que conseguiu fugir e ainda está sendo procurado pelas autoridades.

O caso mobilizou os serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis, que montaram uma força-tarefa para acolher e prover cuidados às vítimas. Os pacientes resgatados foram encaminhados para o estádio da cidade, onde receberam alimentação, higiene e primeiros socorros. Equipes especializadas estão trabalhando para identificar e localizar familiares, visto que muitos dos afetados são originários de outros estados.

A prefeitura emitiu uma nota na qual informou que tomará medidas para exonerar Suelen Klaus de seu cargo na CMTT. A administração municipal também ativou o Conselho Tutelar e o Conselho Antidrogas para oferecer suporte à operação policial. As ações da assistência social visam acolher dignamente as vítimas, avaliando suas condições de saúde e buscando suas famílias.

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