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Minas Gerais

CNJ afasta juíza mineira que criticou ministros do STF

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A juíza Ludmila Lins Grilo foi afastada pelo CNJ — Foto: Reprodução

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, nesta terça-feira (14/02), afastar cautelarmente a juíza Ludmila Lins Grilo, da Vara Criminal e da Infância de Unaí (MG), por descumprimento de deveres básicos de seu cargo e ausência no local de trabalho.

A magistrada ficou conhecida entre 2020 e 2021 por usar as redes sociais para criticar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e incentivar aglomerações durante a pandemia da COVID-19.

A decisão unânime levou em consideração uma “série de irregularidades” na conduta da juíza.

De acordo com o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, uma inspeção realizada na vara em que Ludmilla trabalha apontou falhas como processos parados há mais um ano; réus presos sem sentença há cinco meses; réus soltos sem audiência por longos períodos; ausência da juíza em horário de expediente durante todos os dias da semana; processos extraviados, entre outras.

“As irregularidades são inúmeras. Mas um fato une todas: a reclamada não cumpre seus deveres básicos, deixando de comparecer ao fórum, mesmo sem autorização para realizar teletrabalho, negligenciando a gestão do cartório e deixando de fiscalizar os atos de seus subordinados. Ao invés de priorizar a execução desses deveres de gestão, a magistrada participa de inúmeras atividades na internet, em entrevistas, livros e cursos pertencentes à empresa da qual é sócia”, ressaltou Salomão em seu voto.

A juíza fez sua própria defesa na sessão desta terça-feira (14/02), que decidiu pelo afastamento. Ela disse que a falta de atuação no fórum é devido a ameaças que tem recebido e que tratar do funcionamento de sua unidade judiciária era mera “burocracia”.

POSTAGENS

Entre as postagens apontadas como irregulares estão:

▶️ Redes sociais: a juíza compartilhou nas redes sociais texto intitulado “os perseguidores-gerais da República do Brasil”. No início da matéria aparece uma montagem com as fotos de Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.

▶️ Lira e Fux: a AMB publicou nas redes sociais uma nota em apoio ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao então presidente do STF, Luiz Fux, que falaram contra atos e discursos autoritários por ocasião do 7 de setembro. Ludmila respondeu a publicação com críticas ao inquérito das fake news: “ato autoritário é juiz abrir inquérito e figurar como vítima, investigador e julgador ao mesmo tempo”.

▶️ Justiça Eleitoral: publicação em rede social criticando o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná de cumprimento de busca e apreensão contra um candidato ao Senado pelo estado.

▶️ ‘Carguinho’: em publicação nas redes sociais, Ludmila se referiu ao posto de juíza como “carguinho”, o que foi entendido pelos conselheiros como uma forma de gerar desconfiança contra a magistratura.

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