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Gospel

Com música em ‘Vai na fé’, Kleber Lucas fala em “furar a bolha do gospel para ampliar visões”

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Kleber Lucas contribuiu para a trilha com duas músicas, incluindo uma versão de "Deus cuida de mim" em colaboração com Caetano Veloso - Foto: Divulgação

O cantor gospel e pastor Kleber Lucas tem como objetivo expandir o alcance da música gospel e promover a inclusão na comunidade evangélica.

Em uma recente entrevista à jornalista Heloisa Tolipan, ele compartilhou sua visão sobre a diversidade humana e expressou sua discordância em relação à exclusividade de fé reivindicada por algumas religiões, incluindo as igrejas evangélicas.

Kleber Lucas destacou seu envolvimento na Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro e sua luta contra “o extremismo fundamentalista e a disseminação do ódio”. Ele ressaltou os progressos alcançados no combate à intolerância religiosa em espaços acadêmicos e públicos.

A participação do cantor na trilha sonora da novela “Vai na fé”, exibida no horário das sete na Globo, tem sido um marco em sua carreira, segundo ele. A trama, que aborda as transformações sociais, incluindo as religiosas, apresenta a protagonista como uma mulher de fé evangélica.

Kleber Lucas contribuiu para a trilha com duas músicas, incluindo uma versão de “Deus cuida de mim” em colaboração com Caetano Veloso.

“A novela é um espetáculo, porque vê o evangelho como um setor de espaços culturais e o movimento evangélico como uma realidade no Brasil”, afirmou Kleber.

Kleber Lucas disse da importância de incluir diferentes vozes e perspectivas dentro da comunidade evangélica. Ele enfatizou que muitos pastores e pastoras têm sido importantes defensores da inclusão, do diálogo e do respeito, inclusive dentro dos próprios templos.

Ele também falou sobre a necessidade de romper com a “bolha” do gospel e ampliar as visões.

“Acredito que toda bolha se propõe a sustentar um único viés de pensamento. Ela não é democrática, a partir do momento em que se fecha para outros olhares. Acredito sim, em um movimento religioso progressista, que é evangélico, protestante no Brasil, que é contra uma política antidemocrática, contra à intolerância religiosa e contra esse fundamentalismo religioso que incita o ódio. Então, se você tem um discurso que se alia a outras vozes de outros setores sociais, que lutam pelo Espaço Democrático de Direito e pela democracia, essa ‘bolha’ precisa furar”, disse.

“A sociedade precisa fazer, inclusive, uma autocrítica. Porque, pela falta de autocrítica, nós quase perdemos a eleição em 2022. Sendo que existem muitos evangélicos que são contra e que na hora de depositarem seus votos nas urnas, agiram a favor da democracia, pela liberdade religiosa, pela liberdade dos espaços, pelo laicismo. Essa ‘bolha’ precisa ser furada, para que possamos nos ver e nos reconhecer em outros setores que não são os nossos”, completou ele.

O cantor gospel, conhecido por seu engajamento e posicionamentos, falou sobre a importância de um país “justo e democrático”, onde os direitos sejam respeitados e a ciência seja valorizada.

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