Conselho Tutelar entra no caso do menino “milagroso” do Ceará

A notícia de que uma criança de sete anos estaria realizando supostos milagres no distrito de Belém de Cima, na cidade de Cruz, no interior do Ceará chamou a atenção das autoridades da cidade de pouco mais de 20 mil habitantes.

Um vídeo registrado no local mostra a longa fila formada em frente a casa da família do garoto e a movimentação no distrito. Todos à procura do garoto, e assim, poder ganhar uma oração do menino “milagroso”.

Segundo o G1 Ceará, a repercussão dos atendimentos feitos pelo menino levou ao Conselho Tutelar de Cruz a notificar os pais da criança a comparecerem ao órgão Os pais já compareceram ao Conselho.

“Diante de tantas denúncias de exploração, o colegiado decidiu notificar os pais para comparecerem ao Conselho Tutelar”, disse o Conselho Tutelar.

Conforme o Conselho Tutelar, os pais do menino foram advertidos com base no artigo 129 inciso VII do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata das medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis.

Além disso, eles foram orientados para que fossem reduzidos os atendimentos, conforme os artigos 4 e 17 da Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990.

Após a notificação, o garoto passou a atender só em três dias da semana, no período da manhã, com distribuição de 150 senhas por dia, segundo moradores da região.

O caso repercutiu depois que uma mulher voltou a enxergar após receber uma oração da criança. O caso logo se espalhou, então, houve uma grande procura pela criança nos dias seguintes.

Um vídeo registrado no local mostra a longa fila formada em frente a casa da família do garoto e a movimentação no distrito, entre pessoas que buscam atendimento com a criança. A família da criança, inclusive, chegou a distribuir senhas para a população.

Uma das pessoas que alega que recebeu uma cura após o encontro com a criança, foi o aposentado Raimundo Antônio de Araújo, de 71 anos, que disse, em entrevista à TV Verdes Mares, ter parado de usar as muletas que o auxiliavam a andar, após ser “milagrosamente” curado pela criança.

“Eu fico um pouco torto, porque uma perna minha é menor que a outra, já que acabou a cartilagem. Aí eu ando, balanço um pouco, mas dá para andar sem as muletas. Eu já passo por cerca de arame, que eu não passava porque doía, não aguentava a perna. Voltei a andar de moto, que eu não andava mais”, comentou ele à TV.