Em entrevista, Daniel Mastral revela motivos profundos por abandonar o satanismo - Foto: Reprodução
Daniel Mastral, autor do livro “Filho do Fogo”, que compreende três volumes, recentemente compartilhou detalhes íntimos sobre sua decisão de deixar o satanismo. Em uma entrevista concedida ao canal Na Real, conduzido por Bruno Di Simone e obtida com exclusividade pela coluna Fábia Oliveira, Mastral abriu o coração sobre os eventos que o levaram a renunciar à sua antiga vida na seita pagã.
Ao discutir o ponto crucial de sua jornada, Daniel Mastral relembrou o momento em que confrontou um dilema moralmente angustiante. “Eu já tinha ouvido falar disso, mas eu nunca tinha visto. Eu nunca tinha presenciado, assim, ao vivo. Eu sou incapaz de matar um bicho, um animal, um passarinho. E eu ia ter que matar uma criança”, expressou ele, revelando o peso da pressão que enfrentava dentro da seita.
Durante a entrevista, Mastral também compartilhou um episódio marcante que mudou sua perspectiva sobre o satanismo. Ao visitar a igreja de sua então namorada, que seguia a fé evangélica, ele testemunhou uma experiência de adoração que o tocou profundamente.
“Na época, eu namorava uma moça que era evangélica e eu fui visitar a igreja dela. Lá havia um grupo fazendo uma adoração genuína, verdadeira. Não era show, não era espetáculo. A adoração genuína me derrubou no chão, sabe? Eu perdi o controle, desmaiei. Eu perdi a minha consciência”, disse.
Apesar de sentir-se inicialmente revoltado com essa mudança em sua percepção, Mastral continuou a considerar a opção de seguir adiante com os planos da seita. No entanto, um encontro decisivo com um pastor evangélico mudou completamente sua trajetória.
“Ele me chamou e falou: ‘Posso orar por você, rapidinho, uma oração? Coisa rápida’. Ele me levou no gabinete, fechou a porta e eu só lembro de uma mão vindo na minha direção. Ele orou por mim, eu caí e me debati. Foi tipo um exorcismo”, descreveu Mastral, compartilhando detalhes sobre o momento em que sentiu uma força maior o libertando.
Ao refletir sobre esse encontro transformador, Mastral enfatizou a profundidade da mudança que experimentou.
“Não é legal você ver o demônio canalizando pessoas. Eu só vi cinco vezes, eu tinha muita penalização, por aí. Não é legal de ver. Depois [do exorcismo] eu senti uma paz, uma alegria que eu nunca tinha sentido na minha vida. Eu não sabia o que era paz, não sabia o que era tranquilidade, eu desconhecia”, ressaltou.
No entanto, a decisão de deixar a seita não foi fácil e Mastral enfrentou consequências severas. Ele compartilhou como foi ameaçado e até mesmo enfrentou a morte de seus animais de estimação como retaliação. “Os meus bichos morreram, me disseram que eu tinha que fazer o ritual e tudo mais. Eu fugi no dia que eles disseram que estariam na minha casa”, relatou ele, revelando a natureza perigosa de sua decisão de abandonar a seita.
Apesar das ameaças, Mastral permaneceu firme em seu compromisso de manter o sigilo sobre os segredos da seita em troca de sua segurança pessoal. “No último contato que eu tive com eles, fiz um juramento de nunca contar nada do que eles fazem. Combinei: ‘vou preservar os segredos e vocês me esquecem’”, concluiu ele, destacando a seriedade de sua decisão.