A defesa de Flordelis dos Santos Souza, ex-deputada e pastora evangélica, se pronunciou na tarde desta quinta-feira (13/10), sobre o uso de celular no interior da prisão em que ela está.
Nesta sexta, foi divulgada a informação que um celular havia sido encontrado na cela de Flordelis, e que ela admitiu que usou o aparelho para falar com namorado, o produtor Allan Soares.
O aparelho foi encontrado em 11 de maio e a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap) apura o caso. Flordelis foi levada para isolamento como medida cautelar.
“Flordelis disse para a diretora do presídio que o aparelho não era dela e que não sabia de quem era. Informou somente que outra presa jogou o celular pela grade de entrada da cela, mas que ela não sabe dizer quem foi”, informou o portal G1.
Nesta quinta, a defesa explicou a situação e revelou que a pastora usou o aparelho uma única vez e que foi pega em uma vistoria logo após o fato. Ainda segundo a defesa, Flordelis passou a ser chantageada e ameaçada após o episódio. Confira a nota completa abaixo:
“Em maio deste ano foi introduzido tal aparelho na cela da pastora e lá ficou por 18 dias sem ser por esta usado apesar da insistência de outras presas que o usavam com a conivência de alguns guardas. No dia em que Flordelis o usou, por uma única vez, imediatamente ocorreu uma vistoria na cela e esta foi conduzida à presença da diretora da unidade da época, que à noite, sem a presença de advogados, tomou seu depoimento onde Flordelis assumiu que o usou por apenas esta vez.
A partir daí, esse procedimento passou a ser usado como objeto de chantagens e ameaças, onde a vida e a incolumidade física da pastora e das filhas foram pautadas.
Em 04/06, durante um encontro em sala especial com Flordelis para preparação do Júri que ocorreria naquela semana, essas ameaças foram descobertas.
Nossa orientação foi de que não deveria aceitar as chantagens, não fazer nenhum pagamento e sim denunciar as/os agentes públicos e as internas envolvidas nas ameaças e assédios. A pastora, com muito medo, se recusou a dar os nomes e permitir uma denúncia formal.
A despeito disso, a defesa procurou a diretora da unidade e, em função de sua ausência no dia, falou com a subdiretora, que nos comunicou que a Corregedoria da SEAP já teria sido acionada e que o problema seria sanado. Cobramos a abertura formal do PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que até aquele dia se encontrava irregular, não constando no sistema como era o correto, o que dias depois aconteceu sendo esta defesa notificada a acompanhar.
Tentamos ainda denunciar e acionar vários meios de imprensa.
Mas o que a defesa teve conhecimento apenas neste último mês é que essas ameaças acabaram levando a pastora a ceder ao medo e pedir a família que pagasse aos criminosos, no entanto estes, mesmo recebendo, aumentaram as ameaças de forma a impor que a pastora não voltasse da visita com a filha, na última semana, sem dinheiro ou iria ‘apanhar’, o que a levou a tentar entrar irregularmente com R$ 75 para fugir das represálias. Esse novo episódio é usado mais uma vez para a continuidade das chantagens”.