Lívia Torres, que era repórter da emissora Globo há 14 anos, foi demitida na última segunda-feira (17/07), após uma violação considerada “grave” das regras da emissora. A infração ocorreu quando a jornalista apresentou o sorteio da semifinal da Copa do Brasil no canal oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no YouTube.
A política da Globo proíbe seus jornalistas de apresentarem eventos externos remunerados, e mesmo que a Copa do Brasil seja um evento cujos direitos de transmissão são detidos pela Globo, a emissora não poupou a repórter.
Lívia Torres era figura frequente nos noticiários como Bom Dia Rio, RJ1 e RJ2, e também nos noticiários nacionais, incluindo Bom Dia Brasil, Jornal Nacional, Jornal da Globo e Fantástico. A demissão repentina chocou a equipe que trabalhava com Lívia, de acordo com o site Notícias da TV.
SE PRONUNCIOU
Lívia Torres quebrou o silêncio sobre sua demissão nesta quinta-feira (20/07). Em suas redes sociais, ela afirmou que era hora de “recalcular a rota” e “alçar novos voos”. No Instagram, Lívia refletiu sobre sua saída da emissora, dizendo que “toda despedida acaba sendo um momento de olhar para trás e reviver a própria história que, no caso do jornalismo, se confunde com a de tantas outras pessoas”.
A jornalista relembrou momentos marcantes de sua carreira, agradecendo por todo o apoio que recebeu ao longo dos anos. Ela compartilhou experiências de reportagens tensas, como cobrir um tiroteio durante uma invasão ao vivo e a transmissão do momento em que um sequestrador de ônibus foi baleado na Ponte Rio-Niterói.
Lívia Torres concluiu seu relato com uma mensagem de gratidão e otimismo para o futuro: “Sou grata por tudo que aprendi e construí. Chegou a hora de recalcular a rota, alçar novos voos. Obrigada por tanto carinho. A gente se vê por aqui. Bons ventos virão!”.
CONFIRA ABAIXO O RELATO COMPLETO
“Nesse dia da 1ª foto, eu estava ao vivo cobrindo uma invasão no Morro do São Carlos, durante a pandemia. Começou um tiroteio, e tive que me abrigar na garagem de um prédio, sem parar de noticiar tudo ao vivo. A história acabou me rendendo as estreias no Jornal Nacional e no Fantástico.Saber trabalhar sob tensão acaba sendo especialmente necessário pra quem cobre o Rio. Como em 2019, na Ponte Rio-Niterói, quando estava no ar na hora que atiraram no sequestrador de um ônibus. Ou lá atrás, em 2010, quando começava no g1, recém-contratada, e cobri a retomada do Complexo do Alemão.Foram 14 anos de Globo, de estagiária a repórter de vídeo. Toda despedida acaba sendo um momento de olhar para trás e reviver a própria história que, no caso do jornalismo, se confunde com a de tantas outras pessoas.
Conforta meu coração saber que meu trabalho ajudou um pouco brasileiros como a Dona Janete. A franqueza daquela senhora, que na fila pra não passar fome me contou sua difícil história de vida, tocou o país e atraiu uma corrente incrível de solidariedade.Também lembro com amor das minhas coberturas favoritas, como o carnaval carioca. Cobrir uma paixão de infância foi um sonho, e eu me joguei intensamente em cada noite virada na Sapucaí.Eu amo jornalismo porque sou louca por gente e por contar histórias. Fui de peito aberto a muitas lutas, especialmente, por causa das pessoas. A elas devo meu maior agradecimento.
Ser repórter é muito mais do que estar com um microfone na mão. É ser ágil, sem perder a doçura, mas também inquieto.Entendi que muitas vezes é preciso ousar. Escutei o não, busquei o sim. Só descansei quando me deparava com verdade. E a minha verdade sempre foi a doação intensa para o melhor trabalho. Cimentei cada tijolo com ética, profissionalismo e entrega. Dobrei horas, busquei incessantemente as melhores aspas, cultivei as melhores fontes.Sou grata por tudo que aprendi e construí. Chegou a hora de recalcular a rota, alçar novos voos. Obrigada por tanto carinho. A gente se vê por aqui. Bons ventos virão!🤞🏼”
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Brasil e Mundo5 dias atrás
