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Desembargador insinua que vítima é ‘sonsa’ em caso de suposto assédio do pastor Davi Passamani
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7 meses atrásem
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RedaçãoNo último dia 19/03, durante julgamento na 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), o desembargador Silvânio de Alvarenga causou polêmica ao insinuar que uma jovem denunciante de assédio era “sonsa” e reclamar do que chamou de “caça aos homens”.
O caso em questão tratava-se de uma ação para reparação de danos morais movida por uma vítima que denunciou ter sido assediada sexualmente pelo pastor Davi Passamani, fundador da igreja A Casa.
Durante sua intervenção, Silvânio expressou sua preocupação com o que denominou de “caça às bruxas” e lamentou que essa prática estivesse impedindo o relacionamento entre homens e mulheres.
“Essa caça às bruxas, caça aos homens. Daqui a pouco não vai ter nenhum encontro. Como você vai ter relacionamento com uma mulher, se não tiver um ‘ataque’? Vamos colocar ‘ataque’ entre aspas”, afirmou o desembargador.
“Uma outra pergunta também que eu faço, essa moça aí, ela mesma falou que é ‘sonsa’, ela mesma usou essa expressão, que não está compreendendo a coisa. Se ela não foi muito sonsa nesse…? No século que a gente está. É outra dúvida”.
Além disso, o desembargador Jeová Sardinha, também presente no julgamento, criticou o que chamou de “modismo” em relação às denúncias de assédio sexual e racismo, expressando sua descrença nessas questões e afirmando que a interpretação sobre esses temas é subjetiva.
“Eu, particularmente, tenho uma preocupação muito séria com o tal do assédio moral – como gênero sexual, como espécie do gênero – e racismo. Então, esses dois temas viraram modismos. Não é à toa, não é brincadeira, que estão sendo usados e explorados com muita frequência”.
Jeová Sardinha segue dizendo que a interpretação sobre assédio e racismo é subjetiva e diz que é “um pouco cético com essas questões”.
A decisão final sobre o caso ainda está pendente, já que o placar entre os desembargadores está empatado (2 a 2) e Silvânio pediu vistas do processo para análise mais detalhada, podendo mudar seu voto na próxima sessão, marcada para esta terça-feira (26/03).
A advogada da jovem, Taísa Steter, reagiu às declarações dos desembargadores, classificando-as como inaceitáveis e destacando que os magistrados têm o dever de afastar suas crenças pessoais no momento do julgamento. Ela também enfatizou a importância de uma análise séria das provas do processo e expressou preocupação com o contexto misógino que pode intimidar outras vítimas que ainda não denunciaram seus agressores.
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