Filho de Marcelo Rezende diz que Universal pressionou o pai para doar herança

O filho do jornalista e apresentador Marcelo Rezende, que morreu em 2017, abriu o jogo sobre a morte do pai e acusou os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) de pressioná-lo para que ele se internasse em um hospital de Edir Macedo e doasse seus bens para a instiuição religiosa.

Em um comentário feito durante o programa “A La Tarde”, transmitido pelo canal argentino América TV, Diego Esteves afirmou que seu pai teve que se internar no Hospital Moriah, que pertence ao bispo Edir Macedo, contra a sua vontade pouco antes de morrer.

“O meu velho estava morrendo. Ele foi internado, mas não queria se internar. Ele acreditava em terapias alternativas, e estava em seu direito de morrer como caralho quisesse. Mas o levaram para o hospital… é um hospital que fica em São Paulo, um dos melhores do mundo, se chama Moriah. Foi construído pelo mesmo dono da Igreja Universal do Reino de Deus”, iniciou ele.

Segundo Esteves, uma funcionária do hospital pediu para que ele tirasse o seu pai do hospital controlado pela Universal.

“Um dia, uma empregada que o acompanhou a vida inteira olhou para mim e me disse: ‘Diego, por favor, tire o seu pai daqui’. Eu perguntei o motivo. Ela me disse: ‘acabaram de chegar dois bispos da igreja, autoridades máximas de lá, para o seu pai e estão perguntando, com ele moribundo, se ele vai doar tudo ou não. Se ele iria ou não doar tudo para a igreja’, e que estariam pressionando para que ele aceitasse”, revelou Diego.

A pressão, de acordo com ele, durou 15 minutos. “Obviamente, o meu pai nunca disse que sim porque morreu no dia seguinte”, lamentou ele, emocionado.

Ao site NaTelinha, a assessoria de imprensa da Igreja Universal disse que “a afirmação é absurda, leviana e mentirosa”.

“Universal jamais pediu qualquer doação, ou teve participação na internação do jornalista Marcelo Rezende no Hospital Moriah. Serão tomadas todas as medidas cabíveis contra o autor destas declarações criminosas, bem como contra os caluniadores que se aproveitarem da mentira para atacar a Igreja, seu corpo eclesiástico e seus 7 milhões de fiéis e simpatizantes”, diz a nota.

Marcelo Rezende morreu em 16 de setembro de 2017, pouco mais de quatro meses após dizer durante o Domingo Espetacular — também exibido pela Record — que estava lutando contra um câncer de pâncreas.