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Gospel

Flordelis: “Peço às mulheres da igreja que saiam dessa vida, para não pararem aqui”

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Em sua primeira entrevista desde que foi presa, pastora se diz inocente - Foto: TJRJ

Flordelis, a ex-deputada e pastora condenada a 50 anos de prisão pela morte do seu marido, o pastor Anderson do Carmo, concedeu uma entrevista ao jornalista Ulisses Campbell, que também é autor do livro ‘Flordelis, a pastora do diabo’, em que revelou seus sentimentos no momento da condenação e falou sobre sua esperança de ser inocentada.

Segundo a pastora, a absolvição de três de seus filhos no mesmo caso lhe dá esperança de um novo julgamento. Flordelis afirmou que irá consertar seus erros e que seu otimismo com o futuro se mantém.

“Quando ouvi a sentença de 50 anos, um buraco se abriu sob meus pés. No entanto, a absolvição da Marzy, Rayane e André Luiz me mostrou que posso ter um novo julgamento. Hoje, a minha esperança de ser inocentada vem da confiança que tenho nos meus advogados, os mesmos que conseguiram inocentar os meus filhos”, afirmou ela, que também é cantora gospel.

“Vou sair daqui em breve. Em liberdade, vou olhar para dentro de mim e consertar todos os erros que cometi na vida e na igreja”, avaliou.

Em relação à igreja, a pastora fez críticas ao modelo de evangelho que pregou durante sua vida pastoral e revelou que entregou sua vida ao marido, deixando-se anular e violentar.

Além disso, Flordelis pediu às mulheres da igreja que saiam dessa vida para não acabarem como ela na cadeia. Insistindo em sua inocência, ela descartou a possibilidade de confessar o crime para conseguir uma redução de pena.

“No casamento, me calei e me anulei para tudo. O evangelho no qual fui criada me colocou como apêndice do pastor Anderson. Esse evangelho dava a ele permissão para controlar a minha vida, me violentar e me agredir permanentemente. Esse evangelho não me serve mais. Peço às mulheres da igreja que saiam dessa vida o quanto antes para não pararem aqui na cadeia como eu”, revelou a pastora.

Flordelis falou sobre sua rotina na prisão, em que se dedica a ajudar as outras presas e disse que deixou de lado as preocupações com a aparência, que antes a escravizavam. Ela também revelou que tem medo de morrer na prisão por causa de problemas de saúde, como arritmia, e lamentou a falta de recursos médicos dentro da penitenciária.

“Quando tinha compromissos profissionais, eu era tão pressionada a usar peruca e fazer botox, que me tornei escrava da beleza. Era um sofrimento sem fim. Sou uma mulher preta. Antes, meu cabelo era disfarçado porque tentavam me embranquecer. Na penitenciária, isso acabou. Graça a Deus! Não estou largada, mas tudo é mais simples e leve. Hoje, sou uma mulher presa, mas meu cabelo é livre”, comparou Flordelis.

“Hoje esse medo é real porque estou com arritmia. Já tive várias crises e fui parar na emergência do Complexo de Bangu com problemas sérios no coração. Esse medo aumentou porque os médicos disseram que não têm os recursos necessários para me atender aqui dentro”, lamentou.

Ao falar sobre o marido morto, Flordelis alternou sentimentos de saudades e ódio no passado, mas hoje culpa Anderson do Carmo pela destruição de sua família. Ela reconhece os males que ele fez a ela, às suas filhas e netas, destruindo sua família.

“Antes, alternava sentimentos de saudades e ódio. Recentemente, entrei na Justiça para tirar o nome dele (Souza) do meu. Hoje reconheço todos os males que ele fez a mim, às minhas filhas, às minhas netas, destruindo toda a minha família”, finalizou.

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