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Igreja Ortodoxa histórica em Gaza é atingida por explosão enquanto abrigava civis

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Igreja histórica em Gaza é atingida por explosão enquanto abrigava civis deslocados - Foto: Dawood Nemer/AFP

Uma ocorrência em Gaza chamou a atenção do mundo nesta quinta-feira (19/10). A histórica Igreja de São Porfírio, reconhecida como a igreja mais antiga em atividade em Gaza, sofreu um ataque enquanto abrigava centenas de palestinos deslocados em função do conflito armado na região.

O Ministério do Interior do governo do Hamas afirmou que muitos deslocados que estavam em uma igreja na Faixa de Gaza morreram e outros ficaram feridos durante um bombardeio israelense.

A igreja, cuja estrutura original remonta ao século V e a atual foi construída no século XII, tem uma rica história ligada à cidade. Nomeada em homenagem ao bispo São Porfírio, acredita-se que foi erguida no local onde ele morreu em 420 d.C. Este local, com suas paredes robustas e interior ricamente ornamentado, tem sido um ponto de refúgio e união para os cristãos de Gaza, que são minoria na Faixa de Gaza.

De acordo com o Washington Post, o Patriarca Grego Ortodoxo de Jerusalém apontou Israel como responsável pelo ataque. Entretanto, as Forças de Defesa de Israel emitiram um comunicado afirmando que um ataque contra um centro de controle do Hamas resultou em danos à igreja. O incidente está sob análise.

Imagens chocantes circulando nas redes sociais retratam sobreviventes vasculhando os destroços em busca de vítimas. Ibrahim Jahshan, diácono da igreja, revelou ao Washington Post que, até o amanhecer desta sexta-feira, 20, pelo menos nove pessoas haviam falecido e mais de uma dúzia estavam feridas devido ao ataque.

A Ordem de São Jorge, associada à igreja, confirmou o ataque, acrescentando que o arcebispo Alexios parece estar vivo, embora seu estado de saúde seja desconhecido. Eles detalharam que a explosão afetou dois salões da igreja, onde refugiados, incluindo crianças, estavam acomodados.

Fifi Saba, ex-moradora de Gaza que hoje vive em Washington, D.C., revelou em entrevista que possuía parentes e amigos abrigados na igreja no momento do ataque. Ela expressou a preocupação com a situação em Gaza, citando a dificuldade de evacuação da área densamente povoada.

A relação profunda de Saba com a Igreja de São Porfírio foi enfatizada. “Era a igreja do meu pai, a minha igreja, a igreja da minha sobrinha. É o patrimônio da nossa família”, contou.

A comunidade cristã, que compõe cerca de 1% da população de Gaza, tem enfrentado restrições e discriminação pelo Hamas e pelo governo islâmico local. Em 2014, durante uma guerra em Gaza, muitos palestinos buscaram refúgio na Igreja de São Porfírio, que já sofreu danos devido ao conflito na região.

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