As palavras de Aldery Nelson Rocha na Assembleia de Deus Belém em São Paulo têm sido o epicentro de uma controvérsia fervorosa que ressoa através das redes sociais. No vídeo que se propagou pela internet, Rocha sugere que, para manter a harmonia no casamento, as mulheres deveriam “rastejar” a pedido de seus maridos. A reação a essa afirmação não se fez esperar, com várias figuras públicas e líderes religiosos se manifestando a respeito.
Entre as vozes que se levantaram contra essa declaração, destaca-se a da pregadora Isa Reis. Em uma publicação em suas redes sociais, Reis expressou sua opinião sobre o tema e citou os presidentes da Assembleia de Deus, José Wellington e José Wellington Jr, que também se manifestaram sobre o ocorrido:
“Os líderes Pr. José W. e Pr. José Wellington Jr, já vieram a público pra tentar concertar, ótimo, então ao senhor em questão, cujo ministério construído merece sim respeito, o mesmo respeito que ‘as mulheres’ em questão também”, iniciou ela.
Isa Reis prossegue, destacando uma problemática maior que transcende o incidente individual: “Existe um machismo velado em diversas instituições, inclusive em algumas denominações religiosas. Eu lamento, ter uma multidão que concorda com esse discurso e misturam um ‘aleluia’ pra encorajá-lo.”
A pregadora também trouxe à tona a situação de muitas esposas de pastores que, segundo ela, enfrentam adversidades silenciosas em seus casamentos: “Lamento as muitas esposas de pastores depressivas, que suportam horrores pra proteger a reputação de muitos que já violaram o casamento, nem sempre com adultério, mas com diversos tipos de omissão inclusive com os filhos.”
Isa Reis falou também sobre as lutas e sacrifícios de mulheres que dedicam suas vidas ao serviço religioso, lamentando as situações em que são desvalorizadas ou abandonadas: “Sem falar naquelas que passaram a vida toda, cuidando de igreja, não estudaram, não têm profissão e às vezes são abandonadas em algum canto do mundo.”
Além disso, ela criticou o silenciamento de mulheres dentro de algumas congregações, uma prática que, em sua visão, é injusta e discriminatória: “Fora aquelas que foram silenciadas, as mesmas que ele disse pra ajeitar a voz aí no vídeo, caladas pela opressão de que mulheres não pregam, e aquelas que são pastoras? Até hoje tem discurso contra nós.”
A pregadora encerrou sua manifestação com um apelo por respeito e igualdade, recorrendo à imagem de Jesus para reforçar seu argumento: “Sim, Jesus valorizou as mulheres, ressuscita e envia mulheres. Portanto meus queridos e amados irmãos que não querem falar disso por terem medo do que o posicionamento de vocês podem trazer, falo eu, que já sei em gênero número e grau o que é isso, e peço a Deus que acordem logo.”
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Brasil e Mundo6 dias atrás
