Tem leite tirado na hora, tem manga madura no pé Tem água direto da fonte, só eu os mInino e a mulher Tem galinhada no terreiro, coqueiro cheio de palmito Nós somos privilegiados foi Deus que nos deu tudo isso
Linguiça caseira quentinha, fogão a lenha recheado Tutu de feijão com farinha arroz e franguim com quiabo Já vai abrindo o apetite o cheiro gostoso no ar Assim é a vida no roça, aqui é que eu quero ficar
Guardado dentro do paiol, o meu arreio de primeira Chapéu de palha, meu facão, berrante cheio de poeira A velha guaiaca de couro jogada num canto do chão A minha história se confunde com a história do sertão
Tem cheiro de terra molhada depois de um dia abafado Eu canto sentado na estrada com minha viola abraçado Os passarinhos acompanham agradecendo ao criador Não me acostumo na cidade, eu amo o interior
Andando na estrada de chão, a noite a gente vai pro culto É um ponto de pregação na casa do irmão Augusto É simples, tem poucos irmãos, mas Deus ali se faz presente Do céu ele manda unção e alegra o coração da gente