O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), concedeu a honraria da Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça e Segurança Pública ao Padre Julio Lancellotti. O anúncio foi oficializado através de um decreto publicado na edição do Diário Oficial da União na terça-feira (29/08).
Essa medalha é reservada para personalidades que tenham oferecido contribuições significativas ao Ministério da Justiça ou a órgãos a ele relacionados. O Padre Julio Lancellotti, conhecido por seu compromisso em prol dos direitos humanos e das pessoas em situação de rua, desempenha atualmente a função de coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, aos 74 anos.
Além de suas responsabilidades como pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, localizada na zona leste de São Paulo, o Padre Lancellotti também possui formação em pedagogia. Sua dedicação à Igreja Católica e à causa dos direitos humanos lhe rendeu diversos prêmios e reconhecimentos ao longo de sua carreira.
O trabalho do padre, focado na assistência a pessoas em situação de rua, o tornou um nome conhecido em todo o país. Utilizando as redes sociais como plataforma, ele frequentemente denuncia casos de violência policial e critica construções que dificultam o uso dos espaços públicos.
No último sábado (26/08), Lancellotti recebeu um bilhete ameaçador deixado na porta da Paróquia São Miguel Arcanjo. As mensagens continham frases intimidadoras, como “seu reinado aqui vai acabar” e “defensor dos direitos dos bandidos”.
O autor das ameaças foi identificado e admitiu a autoria. No entanto, essa não é a primeira vez que o padre enfrenta ameaças em sua trajetória como defensor dos direitos humanos.
A Ordem do Mérito do Ministério da Justiça foi estabelecida em 2018. Dentre as figuras proeminentes que já receberam essa honraria estão o ex-presidente Michel Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge.
Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro promoveu mudanças na condecoração, unificando os ministérios da Justiça e da Segurança Pública.
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