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Moradores fazem abaixo-assinado contra instalação da Igreja Batista da Lagoinha no Teatro Leblon

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Sala Marília Pêra no antigo Teatro Leblon, no Rio - Imagem: Camille Lichotti/UOL

No último mês de abril, a Igreja Batista da Lagoinha adquiriu o emblemático Teatro Leblon, localizado em uma galeria do edifício Terrasse Center, por R$ 9 milhões.

A notícia do fechamento do espaço cultural e sua possível transformação em um templo religioso gerou uma onda de indignação entre os moradores do local, levando-os a organizar um abaixo-assinado contra a instalação da igreja, segundo uma matéria da coluna Do TAB, UOL.

Artistas e produtores lamentaram o encerramento das atividades culturais no Teatro Leblon, que já era esperado devido à crise que assola o setor há anos. No entanto, a notícia de que o imóvel seria destinado a uma igreja revoltou os moradores do Terrasse Center, que expressaram suas preocupações através de grupos de WhatsApp.

Entre as queixas, destacam-se a dificuldade para estacionar, as cantorias dos cultos e a possível “bagunça” na vizinhança. Alguns residentes também manifestaram desconforto pelo fato de a igreja ser frequentada pelo presidente Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle.

“Aqui está se tornando um bairro de pouca cultura, e o fechamento do teatro é mais uma prova disso”, afirmou Claudia Lima, aposentada e moradora do prédio. Claudia mencionou a importância de ter um teatro próximo de sua residência e relembrou algumas peças que assistiu no local. Ela expressou sua preocupação com a possível frequência de público que a igreja atrairia, mas preferiu não especificar a que tipo de público se referia, para evitar soar preconceituosa.

Ainda de acordo com a coluna, diante do descontentamento dos moradores, um abaixo-assinado foi organizado e medidas foram solicitadas à administração do prédio. O advogado do condomínio, Marcos Moura Messias, esclareceu que a convenção do condomínio permite apenas atividades comerciais e residenciais no Terrasse Center, o que não inclui cultos religiosos. No entanto, ele ressaltou que o condomínio não tem poder para regular quem compra os imóveis, e o espaço pertence ao comprador, desde que as regras do condomínio sejam respeitadas.

A Igreja Lagoinha ainda não entrou em contato com a administração do prédio para discutir o impasse ou solicitar um parecer sobre a viabilidade de realizar cultos na galeria.

O advogado acredita que a igreja pode judicializar a questão, mas dificilmente obterá sucesso, pois a convenção do prédio não viola nenhuma lei constitucional, embora não preveja especificamente a realização de cultos. Qualquer alteração nas regras internas exigiria a aprovação de dois terços dos condôminos.

No entanto, a intenção da Igreja Lagoinha de utilizar o imóvel como local de culto ficou evidente em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram. Nele, os membros da igreja percorrem o teatro e apresentam a sala Marília Pêra como sua nova filial na zona sul do Rio. Atualmente, a Lagoinha realiza suas atividades em outro antigo teatro da região, o teatro Clara Nunes, na Gávea, que é alugado.

A polêmica em torno da venda do Teatro Leblon para a Lagoinha segue, dividindo opiniões entre os moradores do Terrasse Center. Enquanto alguns expressam descontentamento com a possível transformação do espaço cultural em um templo religioso, outros veem a chegada da igreja como uma oportunidade de trazer valores religiosos para a região.

A Igreja Lagoinha, sob o comando do pastor e cantor gospel André Valadão desde 1972, experimentou um crescimento significativo nos anos 2000, impulsionado pelo sucesso da banda Diante do Trono. Hoje, a igreja representa o futuro do movimento evangélico no Brasil, com cerca de 700 unidades presentes em 14 países.

A reportagem do UOL entrou em contato com a Igreja Lagoinha e a administração do prédio, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

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