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Minas Gerais

Mulher percebe detalhe em ossada do irmão e denuncia possível troca de corpos em cemitério de BH

A família da vítima disse que, durante a exumação dos restos mortais, observou a presença de uma peça de platina

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Depois de 30 anos, uma mulher está revivendo a dor da perda do irmão. Adervaldo Elias Barbosa morreu em dezembro de 1991 por causa de um acidente de carro. O corpo foi enterrado no cemitério da Consolação, na capital mineira.

“O enterro foi acompanhado pela família e pelos amigos e o velório foi na casa da minha mãe com caixão aberto, chegou no cemitério, o caixão foi colocado no chão, foi aberto, teve aquela despedida e depois fechou e o coveiro desceu o caixão”, disse Denilda de Oliveira, irmã de Adervaldo à Record TV.

Em 2017 a irmã contou que a mãe morreu e o desejo de ser enterrada junto com o filho foi cumprido, e a família nunca deixou de visitar o local, mas essa semana teve um choque ao chegar ao cemitério.

“Eu cheguei lá na administração e perguntei se tinha alguma dívida, alguma coisa, ela [atendente] olhou, falou que não. Ela foi lá atrás, mexeu com os papéis, falou que a gente tinha que fazer a exumação no corpo, dos dois corpos. Porque se caso houvesse o falecimento da família não poderia ser enterrado no túmulo”, disse Denilda.

A ossada da mãe foi retirada primeiro e quando foi a vez do irmão uma platina foi identificada em um dos braços. “A gente teve um choque, pra nós com certeza a gente afirma que não é o corpo do meu irmão”, disse ela. Ela afirma que nem na época do acidente quando ele ficou três dias internado antes de morrer passou por nenhum procedimento. “Não. Nenhum tipo de cirurgia nem quando aconteceu o acidente em dezembro de 91”.

Na mesma hora a família acionou a Polícia Militar e o escritório de advocacia. Um boletim de ocorrência foi feito e também o registro da situação com fotos e vídeos na presença de uma advogada. O próximo passo é fazer um exame de DNA na ossada.

Peça de platina foi identificada em um dos braços do falecido

“Teremos que entrar com uma ação judicial para que seja autorizado, inclusive, porque o cemitério não vai deixar nem se eu tentar ir lá, porque a pessoa tentar ir lá para abrir esse túmulo e conferir, eles não vão aceitar”, disse Glauber Paiva, advogado da família. “Então, vai ter que ter uma ordem judicial. E posteriormente fazer um laudo pericial de DNA para constatar. E depois entrar com uma ação se for o caso de minimização ou algo do tipo”, afirmou.

A prefeitura de Belo Horizonte se colocou à disposição da família e das autoridades para resolver o problema. A Polícia Civil disse que abriu uma investigação para apurar os fatos e que a denunciante e o representante legal do cemitério serão intimados nos próximos dias.

“Investigar. Ver se o cemitério praticou um crime. Quem é essa pessoa que está lá? Por qual motivo essa ossada está lá? E apurar. Se houve crime ou não por parte do cemitério, também dos responsáveis”, disse o advogado.

A família também está providenciando a remoção dos restos mortais da mãe para outro cemitério. Já que agora ela ficou enterrada junto a um corpo que não reconhece como o do irmão. “A gente precisa resolver tudo pra tirar os restos mortais dela para outro cemitério. A gente está preparado para entrar nessa batalha até o final. A gente só quer saber onde estão os ossos mortais do meu irmão”, disse Denilda à Record TV.

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