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Núcleo da Terra desacelera e pode afetar mar, clima e duração dos dias

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Cientistas descobrem que núcleo da Terra pode ter parado de girar - Imagem/Reprodução

Um estudo feito pela Universidade de Pequim, desenvolvido pelos cientistas Yi Yang e Xiaodong Song, e divulgado na última segunda-feira (23/01), mostra que o núcleo da Terra vem desacelerando e igualou sua velocidade à do planeta Terra.

O artigo dos dois sismólogos que resume a pesquisa foi publicado na revista Nature Geoscience e surpreendeu os próprios envolvidos que estudam o fenômeno desde o ano de 1995.

O núcleo rochoso altamente metálico, impulsionado pelo campo magnético terrestre, vinha girando ligeiramente mais rápido que a superfície terrestre no sentido horário visto do polo Sul, mas o estudo dos cientistas mostra que esse desalinhamento cessou recentemente e deve em breve se reiniciar, mas no sentido contrário.

Na prática, a redução da velocidade do núcleo interno da Terra altera o funcionamento do planeta influenciando a duração dos dias, o mar e o clima.

A constatação é que a velocidade foi reduzida em 2009 quando se igualou o que alterou os campos gravitacionais e magnéticos da terra. O tempo de um dia, por exemplo, tem uma relação direta com a rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

“Nós analisamos dados desde o início dos anos 1990 e mostramos que as ondas sísmicas com rotas que antes apresentavam diferenças de tempo anteriormente, agora pararam de apresentá-las na última década”, escrevem Song e Yang.

“Esse padrão consistente em todo o mundo sugere que a rotação do núcleo interno pausou recentemente”, completou a dupla.

Ao jornal El País, Xiaodong Song explicou que, nos últimos anos, os dias estão mais curtos e isso pode sim ter relação com essa mudança. “Com a alteração no campo gravitacional podem ocorrer deformações na superfície do planeta o que impacta diretamente no nível do mar.”

Apesar de ser um acontecimento grandioso para os geólogos, a reversão de rotação do núcleo interno é numa escala pequena em termos astronômicos, de menos de 1° por ano, e não afeta muito a vida na superfície.

Pelos cálculos dos dados históricos dos cientistas, uma reversão relativamente recente pode ter ocorrido sem que cientistas pudessem medi-la.

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