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Olhos brancos de ‘Adão e Eva’ assustam em desfile da Salgueiro marcada por ataques a fé cristã

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Abre-alas da comissão de frente do Salgueiro usam lentes de contato importada dos EUA - Foto: Gustavo Cunha

A Acadêmicos do Salgueiro desfilou no primeiro dia do Grupo Especial do Rio de Janeiro com o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”. Segundo a escola, o tema trabalha com a ideia de liberdade e profanação.

Os carros alegóricos trouxeram elementos bíblicos como maçã, céu, inferno, cobra e o próprio diabo.

Segundo internautas, principalmente os evangélicos, a escola descaracterizou os ensinamentos bíblicos, por exemplo, ao fazer trocadilhos com versículos sobre a criação: “No princípio era o Verbo. E os verbos e as gírias estavam com o povo”, diz um post da Salgueiro.

Além de trazer elementos que fazem alusão ao inferno e ao próprio Satanás, a escola também descaracterizou o verdadeiro sentido bíblico do pecado, lhe retratando no samba-enredo como se fosse algo natural da humanidade, em vez de condenado por Deus.

“Quem será pecador? Quem irá apontar? Há um olhar de querer julgar. Se cada um tem seu jeito. Melhor conviver sem preconceito”, diz a canção.

ADÃO E EVA

Em seu abre-alas, dividido em três partes acopladas, a história de Adão e Eva foi introduzida na narrativa. Do primeiro ao terceiro chassi, estava o Éden, os seres vivos da natureza e o casal bíblico.

A dupla Maryanne Hipólito e Carlinhos Salgueiro representaram como “Adão e Eva do paraíso vermelho”. E chamaram a atenção pelos olhos totalmente brancos, por meio do uso de lentes de contato especiais.

“A gente só ri. E chora”, brinca Carlinhos, que utiliza lentes importadas dos EUA. “Estamos emocionados em fazer esses papéis. Maryanne tem aulas de samba comigo há mais de uma década. É minha filha já!”.

Maryanne conta que precisou de um tempo para se adaptar à nova visão. Assim que recebeu as lentes, ela fez uma ligação por vídeo para o filho pequeno, que se assustou:

“Ele ficou falando: ‘Tira isso, mamãe!’. Vejo tudo embaçado”, afirma a passista de 25 anos. “Acho que o público vai se chocar. Somos Adão e Eva do paraíso vermelho, livres, e que podem fazer o que bem entenderem”, disse Maryanne.

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