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Pai relata que filho, que morreu após agressão escolar, agradecia a Deus mesmo sofrendo dores
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6 meses atrásem
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Thalis SilvaCarlos Teixeira, um estudante de 13 anos, morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias no hospital Santa Casa de Santos, em Santos (SP). Segundo o pai, Julisses Fleming, as últimas palavras do adolescente foram sobre o medo de morrer.
“Meu filho disse que tinha medo de morrer na hora que ele estava morrendo […]. Eu falei que o pai estava do lado dele e ia dar tudo certo, só que no final aconteceu uma tragédia”, afirmou Julisses, que estava com o filho no momento.
Carlos precisou de atendimento médico após ser agredido na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande (SP), no dia 9 de abril. O pai contou que, mesmo sofrendo com fortes dores nas costas e dificuldades para respirar, o adolescente ainda agradecia aos médicos e a Deus. No entanto, minutos antes de falecer, ele expressou seu medo repetidamente. “Me sinto acabado e destruído”, lamentou Julisses.
Família busca justiça
Apesar da tristeza, Julisses disse perdoar os colegas que agrediram seu filho. “Os meninos que machucaram meu filho, que fizeram bullying, eu perdoo de coração. Não quero mal nenhum, nem sangue com sangue. Mas quero justiça. O que aconteceu hoje com o meu filho, amanhã pode acontecer com outros filhos. Isso que está me matando”, desabafou ele. Julisses acrescentou que a morte de Carlos “tirou um pedaço” dele, da esposa e da irmã do menino.
“Quero a justiça dentro da lei. Sobre a escola, quero que os diretores e professores que viram [as agressões] sejam penalizados também. Isso não aconteceu de agora, mas sim, há tempos”, disse.
Secretaria de Educação e Prefeitura de Praia Grande respondem
A Secretaria de Educação do Governo de São Paulo (Seduc-SP) emitiu uma nota dizendo que repudia toda e qualquer forma de agressão ou incitação à violência dentro ou fora das escolas. A Seduc-SP lamentou profundamente a morte do estudante e informou que a Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna do caso e está colaborando com as autoridades nas investigações.
A Prefeitura de Praia Grande também divulgou uma nota expressando solidariedade com a família do estudante. “Lamentamos profundamente a ocorrência com um aluno da Escola Estadual Júlio Pardo Couto, no Bairro Nova Mirim. A Administração municipal se solidariza com os familiares e amigos do jovem.” A prefeitura solicitou à Secretaria de Estado uma apuração completa dos fatos, já que a unidade de ensino é estadual.
Investigações em andamento
Carlos Teixeira morreu na terça-feira (16) no hospital Santa Casa de Santos. O pai afirmou que o filho era saudável e acredita que a morte foi resultado da agressão sofrida. O caso foi registrado na Polícia Civil, e a causa da morte ainda está sendo investigada. A Santa Casa de Santos confirmou a transferência do estudante da UPA Central, mas não deu mais informações devido à falta de autorização.
A causa da morte foi broncopneumonia bilateral, uma inflamação nos alvéolos dos pulmões, segundo declaração de óbito. Médicos especialistas comentaram que o excesso de peso nas costas pode ter causado um trauma, levando a fraturas ou mesmo ao pneumotórax, resultando em parada cardiorrespiratória.
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