Sobrevivente relembra milagre após ser soterrada em Petrópolis: “Orei para sobreviver com meu bebê”

Em meio aos destroços deixados pela maior tragédia da história de Petrópolis, Maria Regina Gomes Alvim, hoje com 21 anos, emerge como símbolo de resiliência e fé. Grávida na época, ela revive os angustiantes momentos em que foi soterrada durante a enchente que assolou a Região Serrana do Rio em fevereiro de 2022.

“Eu lembro que só deu tempo de levantar, e, quando vi, a casa estava quebrando e caiu tudo”, relata Maria Regina, descrevendo o desespero ao ser arrastada por mais de 50 metros pela lama, lutando pela própria vida e a do seu bebê. “Eu orava ao Senhor o tempo todo que eu queria sobreviver, e que meu bebê sobrevivesse”.

Após dois anos, Maria Regina compartilha seu testemunho de sobrevivência e classifica o nascimento de Felipe Miguel, em 29 de agosto no Hospital SMH – Beneficência Portuguesa de Petrópolis, como um verdadeiro milagre. Com 3 quilos 450 gramas, o bebê veio ao mundo por parto natural, trazendo luz a uma história marcada pela tragédia.

“Eu olho para ele assim e eu vejo um milagre. Hoje eu não tenho casa, não tenho nada, mas eu tenho a minha família”, emociona-se Maria Regina. Além das sequelas físicas, como uma fratura no braço e diversas escoriações, ela enfrentou 31 dias de internação.

Maria Regina, ao retornar ao bairro Caxambu, onde sua casa foi totalmente destruída, revela o choque ao ver a devastação, mas ressalta o instinto materno que a impulsionou a superar a tragédia. “Eu realmente estava muito ferida, mas a minha maior preocupação era o bebê. Quando eu cheguei no hospital e vi que o bebê estava bem, foi a maior felicidade e aquele susto todo passou”.

A mãe destaca a importância da fé e do apoio da família para enfrentar os desafios pós-tragédia. “O principal é ter fé, eu sei que é difícil, mas eu levei tudo com mais leveza depois que eu acreditei que tudo ia dar certo”.

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