A agência estatal de notícias do Marrocos atualizou nesta segunda-feira (11/09), o número de vítimas do terrível terremoto que assolou Marrakech e regiões próximas. O saldo, até o momento, é de 2.497 vidas perdidas.
Na noite de sexta-feira, pouco depois das 23h, horário local, o chão tremeu violentamente, alcançando a magnitude de 6,8, e em seguida, outro abalo, este de 4,9, apenas 19 minutos depois. O epicentro situava-se nas montanhas do Alto Atlas, uma região de difícil acesso, onde a maioria das fatalidades foi registrada, especificamente nas províncias de Al Haouz e Taroudant.
Os danos foram consideráveis, sobretudo na cidade histórica de Marrakech, parte do patrimônio mundial da Unesco, onde edificações milenares não resistiram ao tremor. Imagens chocantes circulam em redes sociais, expondo uma cidade coberta por escombros e poeira, um cenário descrito como “apocalíptico” pelas pessoas.
Diante da gravidade da situação, o rei Mohammed VI decretou três dias de luto nacional e mobilizou esforços para prestar assistência aos sobreviventes, muitos dos quais têm passado as noites ao relento, temendo réplicas do terremoto.
Abdelhak El Amrani, um residente de 33 anos de Marrakech, recorda o momento de terror vivido: “Sentimos um tremor muito violento e percebi que era um terremoto”, disse à AFP, detalhando os momentos de pânico que se seguiram, com prédios balançando e pessoas correndo desesperadas pelas ruas.
Os hospitais da região trabalham incessantemente para atender um elevado número de feridos, e um apelo para doações de sangue foi lançado pelas autoridades.
A delegação da seleção olímpica brasileira, que estava em Fez para uma partida contra a seleção marroquina, também sentiu os tremores. De acordo com informações do GloboEsporte, todos foram conduzidos para a piscina do hotel, retornando aos quartos cerca de uma hora depois do ocorrido.
SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
O mundo volta seus olhos para o Marrocos neste momento difícil. Líderes de diversas nações expressaram suas condolências e ofereceram ajuda. Emmanuel Macron, presidente francês, se disse “devastado” com a notícia. Vladimir Putin, da Rússia, afirmou compartilhar “a dor e o luto do amigo povo marroquino”, enquanto o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, enviou solidariedade e apoio através de uma mensagem no X, a antiga rede social Twitter.
Este terremoto foi o mais violento a atingir o Marrocos em décadas, superando tragédias anteriores como o sismo de 2004 em Al Hoceima, que resultou em 628 mortos, e o de 1960, em Agadir, com um saldo de 12.000 vítimas.
O tremor surpreendeu não apenas pela sua intensidade, mas também pelo local de ocorrência, uma vez que, como destaca o repórter de ciência da BBC News Jonathan Aman, a maioria da atividade tectônica da região ocorre no Mediterrâneo e em direção à Turquia.