O dono da MK Music, Arolde Oliveira (PSD-RJ), senador que morreu ontem por causa de complicações causadas por covid-19, costumava questionar a gravidade do novo coronavírus. Aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele defendia o uso da cloroquina e criticava a prática do isolamento social. As informações são do UOL.
Quando a pandemia chegou ao Brasil, Arolde se manifestou bastante sobre o assunto no Twitter.
Em uma das publicações, ele defendeu o uso de hidroxicloroquina, que nunca teve efeito comprovado cientificamente no combate contra a covid-19.
“O tratamento da covid-19 com cloroquina divide a opinião dos especialistas. Fico com a sugestão do uso do medicamento desde o início, como quer o presidente Jair Bolsonaro, além do isolamento social seletivo. Porque? Porque é preciso resolver o hoje pensando no amanhã. Hoje é urgente salvar vidas; amanhã, salvar empregos, renda e empresas. Essas duas ondas, saúde e economia, já estão entrelaçadas e sinalizam para miséria, fome e caos”, opinou Arolde.
Em outra publicação Arolde criticou o isolamento social, prática recomendada mundialmente para diminuir o impacto da covid-19.
“Os números do vírus chinês no mundo e no Brasil demonstram a inutilidade do isolamento social. Autoridades, alarmistas por conveniência, destruíram o setor produtivo e criaram milhões de desempregos. O Presidente Jair Bolsonaro, isolado pelo STF, estava certo desde o início”, declarou o senador.
Em agosto, usando o termo pejorativo “covidão” adotado por aliados do presidente Bolsonaro para se referir aos casos de corrupção envolvendo a pandemia, Arolde postou comentário questionando os números de mortes atribuídas à pandemia.
“Efeito covidão? Total de óbitos de abril a julho em 2019, 437.433, e em 2020, 491.336, aumento de 53.903. Como se os inimigos do Brasil comemoraram 100.000 mortes só pelo vírus chinês? Acho que muita gente vai responder por crime de corrupção e até de homicídio. Aguardemos…”
Arolde também denunciou que políticos supostamente faziam uso eleitoral da pandemia, mas não citou nomes. A manifestação repetia discurso de Bolsonaro, que durante toda a pandemia criticou prefeitos e governadores que determinaram o fechamento das atividades econômicas.
“O uso eleitoral da pandemia mascara as reais intenções das autoridades. Observem que por trás de um pronunciamento demagógico sempre tem um pré-candidato a algum cargo. Não é preciso citar nomes. Atenção, nem tudo que reluz é ouro”.
Arolde estava com 83 anos e ficou internado no hospital desde 4 de outubro, até que sofreu falência múltipla de órgãos ontem. Ele foi o primeiro congressista do Brasil a morrer em decorrência da covid-19.
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