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Brasil, Rússia e México não parabenizam Joe Biden e se isolam do mundo

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A China tomou a decisão, nesta sexta-feira, de reconhecer a vitória de Joe Biden nas eleições americanas, aprofundando o isolamento do Brasil como um dos raros países a manter um silêncio total sobre a eleição americana. As informações são do revista Época e da coluna de Jamil Chade no UOL.

“Respeitamos a escolha do povo americano”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin. “Congratulamos Biden e Harris”, completou. Apesar do reconhecimento, Pequim fez referência ao processo americano e deixou claro que “o resultado será confirmado de acordo com as leis e procedimentos dos EUA”.

Entre as principais potências do mundo, apenas Rússia e China hesitavam em declarar sua postura. A decisão de Pequim ocorre depois que, nos EUA, funcionários eleitorais afirmaram que a votação em 2020 foi a “mais segura da história americana”, rejeitando as alegações de fraude.

“Não há provas de que qualquer sistema de votação tenha eliminado ou perdido votos, alterado os votos, ou que tenha sido de alguma forma comprometido”, anunciou a comissão formada pelas autoridades eleitorais. Sem provas, Trump disse que 2,7 milhões de votos a seu favor tinham sido “apagados”. Missões de observadores internacionais tampouco identificaram qualquer tipo de fraude.

Biden já tinha sido reconhecido por praticamente todas as grandes economias do mundo e, nesta semana, passou a manter conversas telefônicas com vários dos líderes internacionais. Ele ainda telefonou para o papa Francisco para tratar de temas sociais e meio ambiente.

Mesmo tradicionais aliados de Trump, como Índia, Israel e Polônia, adotaram uma postura pragmática e acenaram seu reconhecimento ao presidente eleito Joe Biden.

Até mesmo as sempre cautelosas entidades internacionais optaram por saudar Biden, entre elas a ONU e a OMS.

O silêncio do presidente Jair Bolsonaro sobre a vitória do democrata Joe Biden nas eleições americanas já acumulava 48 horas quando o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, entrou na sala da Presidência no terceiro andar do Palácio do Planalto na última segunda-feira.

Em uma reunião fechada, Heleno, um dos mais longevos aliados do presidente, que está a seu lado desde a campanha, demonstrou preocupação com seu ímpeto de se solidarizar com o republicano Donald Trump, vencido nas eleições da semana passada.

Heleno é uma das poucas vozes ouvidas, de fato, por Bolsonaro. Conselheiro para assuntos estratégicos desde 2018, quando chegou a ser cogitado como vice, tentou convencer o presidente a reconhecer logo a vitória do democrata, como fizeram outros chefes de Estado, inclusive do espectro da direita, durante o fim de semana.

O general deixou a sala e, à noite, se dirigiu à embaixada americana para se encontrar com Todd Chapman, embaixador dos Estados Unidos no Brasil.

A relutância de Bolsonaro em reconhecer os fatos pegou de surpresa parte do staff presidencial. No início da semana, segundo um membro do primeiro escalão do governo, o presidente estava disposto a parabenizar Joe Biden no duelo contra republicano caso as projeções de uma vitória esmagadora do democrata se confirmassem. A vitória ampla ocorreu, mas não de maneira imediata.

Com o cenário de derrota cada vez mais evidente, um Trump selvático passou a atacar o processo de apuração eleitoral americano, exigindo que a contagem de votos parasse, sob o argumento, sem provas, de fraude.

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