Ele começou afirmando que aquela era uma mensagem de Deus, uma espécie de profecia. Citando também que muitos dos que estavam ali planejavam tomar o poder dos pastores organizadores do evento, Reuel Bernardino e Hueslen Santos: “Deus manda dizer aos senhores que tem um montão de gente aqui que deseja o insucesso do Gideões, alguns querem estar no lugar dos senhores”, disse se dirigindo aos organizadores.
Em seguida ele deu a entender que alguns dos que já ministraram no evento eram ligados à maçonaria, e afirmou que Deus não se alegrava com isso: “Deus me traz aqui e fala: não quero pastores maçons em cima deste púlpito”, fazendo com que os presentes fossem ao êxtase, glorificando.
Mas o constrangimento estava por vir. Cabo Daciolo citou uma passagem do livro bíblico de Juízes, e disse que o que Deus esperava dos líderes religiosos que lá estavam era uma postura de repartir com os fieis o dinheiro das ofertas que estavam sendo arrecadadas. Segundo o deputado, isso faria com que Deus operasse ainda mais milagres por lá: “Tem homens e mulheres que não tem nem o que comer para estar aqui (sic), […] só hoje, feche a porta com quem está aqui dentro, pegue toda a oferta e divida com este povo e você vai ver o que Deus vai fazer”, disse ele.
A fala não arrancou aplausos ou gritos de glória a Deus como as anteriores, e os pastores que estavam no púlpito ficaram estarrecidos por serem pegos de surpresa com o pedido profético de Daciolo.
O Congresso Gideões não está mais com a mesma credibilidade de outrora, e por isso está passando por uma grave crise financeira. Escândalos surgiram ao longo dos últimos anos, fazendo com que a imagem do evento fosse arranhada. Suspeitas de pastores ligados à maçonaria, denuncias de outros que chegaram a pregar bêbados, e escândalos de ordem moral, fizeram com que as ofertas dos fieis para o evento diminuíssem de forma considerável.
Assista abaixo o vídeo do momento, publicado pelo próprio Cabo Daciolo:
A atitude do deputado Daciolo foi interpretada por muitos como sendo um verdadeiro tapa na cara dos líderes e da organização, que é bastante criticada por alguns segmentos evangélicos. Já outra parcela dos internautas viram nas palavras do político evangélico uma tentativa de se auto-promover estrategicamente em um ano eleitoral. Bolsonaro (PEN) foi outro que aproveitou o evento para falar aos evangélicos presentes sobre sua candidatura ao planalto este ano. O Ministério Público Eleitoral está de olho nas movimentações, e alerta que promoções pessoais com cunho eleitoral em templos religiosos pode configurar crime eleitoral.
Tadeu Ribeiro
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