Ciro Gomes xingou de “canalha” e “imbecil” o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante entrevista ao programa “República e Democracia”, da TVT e retransmitido pelo UOL, na noite desta terça-feira (19). A entrevista foi conduzida por Tarso Genro, Wilson Ramos Filho e Sandra Bitencourt. As informações são do Yahoo e do UOL.
“Por que as pessoas votaram em um imbecil completo, canalha, corrupto, o ‘homem da rachadinha’, o homem que corrompeu os filhos… por que votaram em um cara com 17 segundos na televisão?”, questionou Ciro.
Ciro também disparou críticas contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o apresentador de TV Luciano Huck, e o juiz e ex-ministro Sérgio Moro. Os três são virtuais candidatos às eleições de 2022 e possíveis rivais de Ciro no pleito.
“Quem é antibolsonarista é o Doria. Nós estamos assistindo aí a caricatura. O Doria que é igualzinho, misturou o nome dele com o nome do Bolsonaro [nas eleições para governador em 2018], surfa na onda, não privatizou o Instituto Butantan porque não deixaram. Nunca ouvi a opinião dele sobre reforma previdenciária, assim como Luciano Huck e o Moro. Eles são iguaizinhos”, ressaltou.
O político do PDT disse que a esquerda “não cabe no Brasil” e pediu proximidade com o centro. “Especialmente os que militam nesse campo, do centro à esquerda, nós precisamos rever a nossa inteligência sobre a sociedade brasileira, que mudou profundamente nesses últimos anos (…) O Brasil não cabe na esquerda. Se for, todo mundo vai dizer que é o lulopetismo, e é isso o que o Bolsonaro quer”, pontuou.
Depois de sofrer uma das maiores derrotas políticas de seu governo ao ver o rival João Doria (PSDB) inaugurar a vacinação contra Covid-19 no Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a adotar uma retórica de tom ameaçador falando em combate ao “socialismo” e afirmando que são “as Forças Armadas que decidem se povo vai viver uma democracia ou ditadura”.
A fala foi condenada por políticos, autoridades de diversas áreas e até por ex-membros do governo Bolsonaro como o general Santos Cruz. Ciro Gomes foi taxativo ao rebater a declaração de Bolsonaro.
“Eu, Ciro Gomes, assumo, com minha palavra de honra: estarei na luta de um, de dez ou de mil para dar a ele o destino de Mussolini se ele tentar algum golpe no Brasil”, afirmou o político cearense em uma transmissão ao vivo nessa terça-feira (19).
Benito Mussolini foi um líder fascista italiano tido como um dos maiores nomes da extrema-direita na história. Nos últimos dias de sua vida, ele foi preso pela Resistência italiana e executado. Seu corpo ficou pendurado pelos pés, exposto em praça pública e acabou enterrado em uma cova sem nome.
Não foi a primeira vez que Bolsonaro adotou um tom golpista durante seu governo. No ano passado, o presidente participou de diversas manifestações que defendiam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
Pressionado pelo fracasso na gestão da pandemia e pelo negacionismo do seu discurso anti-vacina, o presidente assiste a uma crescente discussão sobre a abertura de um processo de impeachment contra ele.
Em outubro do ano passado, Ciro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontraram numa tarde para discutir uma “união da esquerda” contra Jair Bolsonaro em 2022. Os dois têm uma relação estremecida desde 2018 e já trocaram alfinetadas públicas diversas vezes.
Dias depois do encontro, Ciro disse que ele e Lula tiveram uma “conversa muito franca, muito franca mesmo, lavamos a roupa suja para valer”.
Em dezembro, o pedetista afirmou que apresentou uma série de críticas ao petista, incluindo a indicação de Michel Temer (MDB) para o cargo de vice na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com o impeachment de Dilma, Temer acabou ocupando a Presidência. Segundo Ciro, Lula concordou em parte com as críticas apresentadas por ele —mas não disse quais.
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