A Procuradoria Geral da República (PGR) iniciou uma investigação para apurar falas com teor de violência política de gênero, também conhecida como homotransfobia, proferidas pelo deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) durante uma sessão na Câmara dos Deputados.
A investigação, chefiada pela vice-procuradora Geral, Ana Borges Coêlho Santos, foi iniciada em resposta a pedidos da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e do Ministério Público Eleitoral (MPE).
No mês passado, durante uma sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, que debatia um projeto de lei relacionado ao casamento homoafetivo, o deputado Pastor Isidório fez comentários considerados ofensivos.
Ele declarou: “Homem nasce como homem, com ‘binga’, portanto, com ‘pinto’, com pênis, mulher nasce com sua cocota, sua ‘tcheca’, portanto sua vagina. Mesmo com as suas fantasias, homem, mesmo cortando a ‘binga’, não vai ser mulher. Mulher, tapando a cocota, se for possível, não será homem”.
Além disso, ele se referiu à deputada Erika Hilton como “meu amigo”. Durante a mesma sessão, o pastor afirmou que “Deus criou naturalmente homem e mulher”. A procuradora responsável pelo caso destacou que a abertura da investigação exige uma base mínima de justa causa, relacionada à verossimilhança dos fatos alegadamente ilícitos e à probabilidade de que existam meios eficazes de apuração.
O deputado Pastor Isidório é conhecido por frequentemente carregar uma bíblia pelos corredores do Parlamento. Durante sua campanha eleitoral em 2018, quando disputou uma cadeira na Câmara, ele afirmou ser um “ex-gay” e defendeu a chamada “cura gay”, alegando que foi “curado pela bíblia”.
Recentemente, o parlamentar criticou novamente a população LGBTQIA+, mas mudou sua posição em relação ao casamento civil, afirmando que não votaria contra direitos de garantia social, citando a influência de Jesus como fator determinante em sua mudança de postura.
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Brasil e Mundo5 dias atrás
