Estátua de Nossa Senhora maior do que o Cristo Redentor é inaugurada em Aparecida

Seis anos depois do planejado, a imponente estátua de Nossa Senhora Aparecida foi inaugurada na cidade homônima no interior de São Paulo. O evento de inauguração ocorreu na noite de sábado (07/10), véspera do Dia da Padroeira.

O monumento, com aproximadamente 50 metros de comprimento, teve sua construção anunciada em 2017, mas enfrentou significativos atrasos. O monumento é maior que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que tem 38 metros de altura.

Uma ação judicial movida pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) contestou a obra, alegando que o Estado laico não poderia investir em monumentos que favorecessem uma religião em particular.

Gilmar Pinna, artista plástico de 65 anos e autor da escultura, estava presente na cerimônia. Ainda que o projeto não esteja 100% concluído, Pinna revelou planos futuros para a obra:

“Ainda vamos adicionar um mapa do Brasil, sustentado por dois braços representando Deus. A intenção é demonstrar que nosso país está sob a proteção divina.” O artista também mencionou que a peça, quando concluída, será visível de até seis quilômetros de distância.

Localizada no bairro Itaguaçu, a estátua, feita de aço, está agora aberta ao público, sem custo, 24 horas por dia. Junto à inauguração, foi aberta uma exposição denominada ‘A Vida Pública de Jesus Cristo’, com o intuito de promover a conscientização sobre doação de sangue e órgãos.

Em relação ao orçamento da obra, o artista revelou que cerca de R$ 10 milhões foram investidos na estátua de Nossa Senhora. Pinna, ao refletir sobre as adversidades enfrentadas, declarou: “Estou muito feliz por não ter desistido e, enfim, poder apresentar este trabalho. Mesmo após o bloqueio da justiça, fico grato por reconhecerem a boa intenção por trás do projeto.”

Quanto à polêmica judicial, a Atea argumentou que, além da estátua de Nossa Senhora, outras cinco esculturas em rotatórias da cidade favoreciam o catolicismo. Na primeira instância, a juíza Luciene Bela Ferreira Allemand concordou com a alegação. No entanto, o Tribunal de Justiça, em março do ano anterior, reverteu a decisão, citando a importância do turismo religioso para a economia local.

As peças da estátua, em meio ao impasse, chegaram a ser abandonadas e sofreram danos, incluindo sinais de vandalismo. A busca por um local adequado para instalação foi uma saga até 2019, com a obra permanecendo em um terreno, expondo-se às intempéries e deterioração.

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