O Apóstolo Estevam Hernandes, líder e organizador da Marcha para Jesus, está enfrentando uma representação no Ministério Público por suposto racismo religioso. O ex-deputado Átila Nunes, em entrevista ao jornal O GLOBO, afirmou que “a única forma de deter esses intolerantes poderosos é denunciando no Ministério Público. Não paramos eles sem recorrer aos canais oficiais”.
Durante evento na cidade de São Paulo, o apóstolo questionou os manifestantes se preferiam um Brasil “macumbeiro ou evangélico”.
Nunes defende que o comportamento de Hernandez é “inadmissível” e solicita a instauração de procedimento administrativo para apurar eventual responsabilidade criminal cometida pelo Apóstolo Estevam Hernandes.
Ele também solicita a retratação pública do líder religioso, além da aplicação de eventuais penalidades. O advogado sugere o pagamento de R$ 50 mil em danos morais, a serem revertidos em um projeto social que visa prevenir o preconceito religioso.
Átila Nunes destaca a importância de combater a intolerância religiosa e afirma que casos como esse “ferem a liberdade religiosa” no país. Ele falou que “o abuso no exercício da liberdade de expressão não pode ser tolerado” e que a incitação ao ódio público não está protegida pela cláusula constitucional de liberdade de expressão.
Segundo Nunes, a atitude do organizador da marcha gera ojeriza na comunidade espírita e entre adeptos das religiões africanas. Ele afirma que “é de conhecimento geral que o Brasil é formado por uma grande população de origem africana que, muitas vezes, esconde ou nega suas origens religiosas por receio de sofrer discriminação e até mesmo segregação social”.
O advogado acrescenta que “religiões neopentecostais enraízam em seus seguidores que as religiões e cultos africanos são diabólicos e que todos aqueles que os seguem devem ser banidos de um convívio social saudável e de ‘bem'”.
Diante dessas acusações, Átila Nunes solicita que seja instaurado um procedimento administrativo para investigar as possíveis responsabilidades criminais cometidas pelo Apóstolo Estevam Hernandes. Ele também enfatiza a importância de uma retratação pública por parte do líder religioso e sugere a aplicação de eventuais penalidades.
Além disso, o advogado propõe o pagamento de R$ 50 mil em danos morais, com o objetivo de apoiar um projeto social voltado à prevenção do preconceito religioso.
Procurado para comentar a representação, o apóstolo Estevam Hernandez informou que não foi oficialmente notificado e, por isso, não irá se manifestar sobre o assunto.
Durante a Marcha para Jesus, a fala de Hernandes ocorreu na presença de representantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram vaiados pelo público. O advogado-geral da União, Jorge Messias, foi vaiado ao mencionar o nome de Lula durante o evento. Messias destacou que “Lula quer a paz do país”, mas foi interrompido pelas vaias de algumas pessoas presentes. A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que também estava presente, não se manifestou sobre o caso.
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