Ana Paula Valadão, líder do Diante do Trono, está entre os assuntos mais comentados deste sábado no Twitter, por conta de um vídeo que começou a repercutir, no qual ela afirma que a AIDS, causada pelo HIV, é uma doença que Deus usa para castigar gays.
A fala foi dita durante o Congresso Diante do Trono do ano passado, cujo tema foi “Assim na Terra como no Céu”.
Ela estava em um bate-papo com o cantor gospel Asaph Borba, que contava uma história dele com um amigo, a quem chamou de “companheiro”. Ao ouvir essa descrição, Ana Paula Valadão chamou a atenção de Asaph e disse que precisava esclarecer para o público o termo “companheiro”, para não dar a impressão que ele estava se referindo a um namorado, já que o termo “companheiro” é bastante utilizado para designar pessoas LGBT que se relacionam.
O horror vem depois: a líder do Diante do Trono decide continuar se explicando, e diz que não é normal uma relação gay.
“Muita gente acha que isso [ser gay] é normal. Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra opção sexual (sic) é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências”, opinou.
Dentre essas consequências, segundo Ana Paula Valadão, estaria a AIDS, causada pelo HIV. Para ela, Deus castiga pessoas LGBT com a doença pelo fato delas não serem héteros, como Ana Paula crê que é o “normal”.
“A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Taí a Aids para mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim… Não é o ideal de Deus”, afirmou a cantora gospel. Assista abaixo:
Segundo o Ministério da Saúde, no entanto, dados acumulados de 1980 até 2010 mostraram que a maior incidência de AIDS no Brasil, por exemplo, não é entre gays.
Homens héteros representam 30,5% dos infectados, enquanto que gays somam 20,1%. Já entre as mulheres, 87,5% que contraíram o vírus são héteras, a esmagadora maioria. Confira os números abaixo:
A fala de Ana Paula Valadão está sendo considerada homofóbica, e portanto racista, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou a homofobia ao crime de racismo.
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