O governo de Jair Bolsonaro destinou mais de R$ 30 milhões para empresas de mídia ligadas a líderes evangélicos que apoiam o presidente, segundo reportagem da Agência Pública, que teve acesso a dados da Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM).
Publicidade
O valor representa 10% de tudo que o governo já gastou com publicidade desde o início de 2019, e beneficia igrejas e pastores que oraram por Bolsonaro no início desse mês de junho, em reunião comandada pelo pastor Silas Malafaia.
A maior beneficiária das tratativas é a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, que recebeu 90% de todo o valor. Confira abaixo a relação:
Igreja Universal do Reino de Deus:
– Record TV: R$ 28,6 milhões;
– Record News: R$ 1 milhão;
– Rádio Guaíba: R$ 22 mil;
Igreja Sara Nossa Terra:
– Fundação Sara Nossa Terra: R$ 741 mil;
Assembleia de Deus:
– Rede Boas Novas: R$ 472 mil;
PUBLICIDADE
Renascer em Cristo:
– Fundação Evangélica Trindade: R$ 402 mil;
Igreja Internacional da Graça de Deus:
– Nossa TV: R$ 1,5 mil.
Em contrapartida, essas igrejas devem valores à Receita Federal, por conta de tributos não pagos ao Estado, como as contribuições sociais de funcionários para a Previdência Social. O montante chega a R$ 194 milhões.
Desse valor, a Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R. Soares, deve, sozinha, R$ 145 milhões.
Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência (SECOM) não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os gastos de publicidade com os veículos de mídia ligados às igrejas.