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Justiça vê preconceito e manda igreja retirar outdoor contra ativismo LGBT

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Mural na fachada da igreja Pibara - Foto: Arquivo Pessoal

Duas semanas depois que a Primeira Igreja Batista em Aracruz (PIBARA), no Espírito Santo, resolveu instalar um outdoor com conteúdo que foi considerado homofóbico, a Justiça mandou retirar o anúncio.

Conforme registrou o Portal do Trono, a PIBARA instalou o outdoor em 8 de julho, onde aparece um desenho de uma família com um guarda-chuva, com o termo “Bíblia Sagrada” ao centro, se protegendo de um arco-íris.

A repercussão nas redes sociais foi imediata, e a igreja foi bastante criticada nas redes sociais, como era de se esperar. Acusada de homofobia, a igreja não se manifestou sobre o assunto, mas manteve a instalação. No entanto, viu o Ministério Público do Espírito Santo entrar com ação contra a igreja, pedindo a retirada imediata do painel.

Na última sexta-feira (22/07), a Justiça determinou que o outdoor seja removido do lugar. Segundo a decisão da juíza Ana Flavia Melo Vello, da Segunda Vara Cível, a igreja tinha 24 horas para cumprir a decisão da Justiça ou teria que pagar multa diária de R$ 2 mil.

“Não restam dúvidas, ainda que em sede de cognição sumária, que a conduta praticada pela requerida, mesmo sob o argumento de que combate apenas o ativismo e não ataca as pessoas, viola os direitos constitucionais da população LGBTQIA+, e incita um discurso de ódio e despeito para com o movimento, merecendo a devida repressão, o que é confirmado, inclusive, por entendimento jurisprudencial”, afirmou a juíza.

A magistrada ordenou que a igreja se abstenha de veicular qualquer outra mensagem e ilustração que contenha “caráter preconceituoso ou discriminatório à comunidade LGBTQIA+, seu movimento ou ativismo”, sob pena de multa diária de R$ 2.000. Confira a decisão na íntegra nesta LINK!

O outdoor foi retirado, e segundo o pastor da igreja, essa não é a primeira vez que a Pibara sofre perseguição por esse motivo, tendo sido até processada pelo Ministério Público.

“Nós tivemos um outdoor que nós postamos protestando contra a colocação da Thammy Gretchen como representante do dia dos pais da empresa Natura. Na ocasião, nós fomos até processados pelo Ministério Público, que teve que arquivar o processo porque nós não falamos nada mais, nada menos que não é natural colocar uma mulher como símbolo do dia dos pais, quando a Bíblia diz ser o homem. Então, homens, feliz dia dos pais. O Ministério Público achou que não houve nenhuma ofensa. Como neste de agora, não há nenhuma ofensa”, disse o pastor Luciano ao site Pleno News.

O religioso, ainda, enumerou sugestões acerca da postura que a Igreja deve adotar para preservar os princípios bíblicos em meio às novas gerações.

“Como proteger as crianças? A primeira coisa é o posicionamento. Famílias, igreja e autoridades participando dos conselhos municipais, protestando contra as coisas que são contra a Bíblia, que são contra os princípios e valores do cristianismo. Se nós nos calarmos, as pedras clamarão”, disse ele.

“Então é importante a Igreja promover seminários para discutir esses assuntos. (…) Eu acho que há muita coisa para se fazer, inclusive no âmbito denominacional. Nós não vemos as denominações se movimentando para fazer fóruns de debate sobre esses assuntos”, finalizou.

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