Conecte-se conosco

Mundo Cristão

Lula não comparece em Aparecida e amplia distância com cristãos

Publicado

em

Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Armando Franca/AP Photo

Em meio à celebração de um dos feriados religiosos mais significativos para o catolicismo brasileiro, o primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marcou sua ausência no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida (12/10).

Esse gesto reflete os desafios enfrentados pelo petismo ao lidar com as bases religiosas do Brasil.

A ausência do presidente, que atualmente se recupera de procedimentos cirúrgicos no quadril e na pálpebra, já era antecipada. Contudo, Lula também não participou das celebrações em Aparecida durante seus dois primeiros mandatos. Em 2006, por exemplo, enquanto seu principal opositor, um devoto católico, rezava em Aparecida, Lula estava envolvido em compromissos políticos e acadêmicos.

Comemorações do dia de Nossa Senhora, na Basílica de Aparecida, em São Paulo – Foto: Rubens Cavallari

Geraldo Alckmin (PSB), que outrora foi adversário e hoje é vice-presidente ao lado de Lula, também não esteve presente neste ano em Aparecida. Apesar de ser uma figura recorrente nas celebrações do santuário, Alckmin tinha compromissos em São Paulo e Brasília.

Questionado sobre a ausência de representantes de alto escalão nas celebrações, o Palácio do Planalto optou por não comentar. Segundo informações, André Ceciliano, secretário especial de Assuntos Federativos da Presidência, foi o único representante do governo federal no evento.

A relação do petismo com o segmento religioso tem sido pauta de debate, especialmente após a ascensão de políticos que enfatizam fortemente suas crenças. Emanuel Freitas, professor de teoria política da Universidade Estadual do Ceará, comenta sobre as nuances do catolicismo brasileiro e sua relação com o campo político. Segundo ele, embora metade da população se declare católica, a fé evangélica tem demonstrado maior capacidade de mobilização e engajamento, disse ele à Folha de S. Paulo.

O crescente segmento evangélico tem se mostrado uma área de interesse para muitos políticos. Lula, por exemplo, fez questão de enviar uma carta ao idealizador da Marcha para Jesus este ano, demonstrando sua tentativa de aproximação.

Entretanto, os desafios persistem. As complexidades dentro do catolicismo e as mudanças nas relações políticas podem impactar as futuras estratégias de Lula e seu governo. Rodrigo Toniol, antropólogo da UFRJ, comenta que, embora a ausência de Lula em Aparecida não seja um fator decisivo no momento, será necessário abordar essa questão nos próximos anos.

“Há uma diferença entre com evangélicos na maneira de produzir comunidade. Católicos nunca dependeram de ir à igreja para construir sua identidade. Claro que isso tem efeitos diferentes na hora de conseguir ou não orientar votos. Essa comunidade que assiduamente frequenta cultos pode construir seu imaginário político com frequência maior”, disse.

🔔 SIGA O PORTAL DO TRONO NO WHATSAPP. CLIQUE AQUI PARA RECEBER NOTÍCIAS DIRETO NO SEU CELULAR!

+ Acessadas da Semana