A ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos no governo Bolsonaro, Damares Alves, contou detalhes ao UOL sobre os abusos que sofreu quando criança, e que embalaram o episódio de Jesus na goiabeira, que foi amplamente difundido pela mídia nas últimas semanas.
Damares Alves disse que foi abusada por pastores evangélicos quando ainda era criança. Um deles, inclusive, a forçou a acreditar que a culpa era dela: “Você é culpada, você me seduziu, você é enxerida”, além de fazer ameaças se ela contasse, dizendo que mataria o pai dela.
A futura ministra disse que subiu, então, em uma goiabeira, com o intuito de tirar a própria vida com veneno de rato, aos 10 anos de idade: “Estão me ridicularizando por ter falado isso, mas se vocês não acreditam, problema é de vocês. Tem criança que vê duende, que fala com fadas. Eu vi Jesus”, contou Damares Alves.
Ela disse que isso a fez tornar-se uma criança triste, e desanimada a continuar participando das ações da igreja evangélica que participava com seus pais: “Eu era uma criança cristã, achei que fosse para o céu, e ele sepultou meu sonho, porque achei que era pecadora. Ele não tinha direito de machucar meu corpo e nem o direito de arrancar meu sonho”, lembra.
Damares Alves afirmou que é a favor da educação sexual nas escolas, pois se tivesse tido uma, poderia ter tido a esperteza de pedir ajuda, mas acredita que, para que a escola fale sobre o assunto com crianças, os pais devem ser consultados.
“Sou a favor da educação sexual. Vou conversar com o Ministério da Educação sobre isso. Mas é preciso respeitar as especificidades de cada idade. E a família deve ser ouvida e consultada”, ponderou Damares Alves.
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