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Música Gospel

MPF abre inquérito contra a gospel Ana Paula Valadão por “discurso de ódio”

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A cantora gospel Ana Paula Valadão, líder do Diante do Trono, virou alvo de uma investigação do Ministério Público Federal por declarações consideradas homofóbicas ditas durante o Congresso Diante do Trono, em 2016, com transmissão no Youtube. A informação da abertura de inquérito foi antecipada pela coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo. A também pastora disse que relações homoafetivas não são “normais” e associou a Aids a casais LGBT.

Durante o Congresso Diante do Trono de 2016, cujo tema foi “Assim na Terra como no Céu”, Ana Paula Valadão estava em um bate-papo com o cantor gospel Asaph Borba, que contava uma história dele com um amigo, a quem chamou de “companheiro”. Ao ouvir essa descrição, Ana Paula chamou a atenção de Asaph e disse que precisava esclarecer para o público o termo “companheiro”, para não dar a impressão que ele estava se referindo a um namorado, já que o termo “companheiro” é bastante utilizado para designar pessoas LGBT que se relacionam. Em seguida veio a fala considerada homofóbica:

“Isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher e é assim que nós cremos. Qualquer outra “opção” é uma escolha do livre arbítrio do ser humano. E qualquer escolha leva a consequências. (…) A Bíblia chama de qualquer opção contrária ao que Deus determinou, de pecado. E o pecado tem uma consequência que é a morte. Está aí a Aids para mostrar que a união entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte e contamina as mulheres, enfim…”, disse a cantora gospel.

Dentre essas consequências, segundo Ana Paula Valadão, estaria a AIDS, causada pelo HIV. Para ela, Deus castiga pessoas LGBT com a doença pelo fato delas não serem héteros, como Ana Paula crê que é o “normal”. Ouça na matéria em vídeo abaixo:

Na portaria que abre o inquérito, o MPF diz que “a situação, na forma em que foi narrada, caracteriza-se como ‘discurso de ódio’, restando ao estado o dever de proteger as vítimas e responsabilizar os infratores, de maneira que essa atuação é ainda mais necessária no atual cenário brasileiro, em que a homofobia se encontra tão presente e multiplicam-se casos de ódio e intolerância”.

Por meio de nota na época, a Aliança Nacional LGBTI+ afirmou que a cantora gospel Ana Paula Valadão fez um discurso “absurdo” e “odioso”:

“O discurso de Ana Paula beira ao absurdo, extrapolando a liberdade religiosa e de expressão, tornando-se um discurso odioso, fanático e amplamente desproposital, com consequências potencialmente desastrosas, principalmente para quem a segue”, diz um trecho da nota.

Desde que o vídeo foi alvo de críticas nas redes sociais, e até agora, com a instauração de inquérito pelo MPF, Ana Paula Valadão decidiu não se manifestar sobre o assunto.

Esta não é a primeira vez que a líder do Diante do Trono se envolve em declarações consideradas odiosas ao público LGBT+. Em maio de 2016, meses após o congresso no qual foi dita a declaração que agora é investigada pelo MPF, a cantora gospel também usou suas redes sociais para criticar uma campanha das lojas C&A de roupas sem gênero.

Ela afirmou na época que a marca deveria ser boicota por promover o que chamou de “ideologia de gênero”, mas o tiro saiu pela culatra. A cantora foi “cancelada” na internet e precisou suspender suas redes sociais para amenizar os danos à sua imagem, que ecoam até os dias de hoje.

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