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Mundo Cristão

O papel dos evangélicos nas novelas da Globo

As novelas das 19h e 21h, “Cheias de Charme” e “Avenida Brasil”, têm trazido esteriótipos evangélicos à tona através de personagens totalmente distorcidos e que não condizem com a realidade.

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A Rede Globo de Televisão é, sem dúvidas, a maior empresa brasileira, em todos os segmentos, pois ela é formadora de opinião. Tem o poder de levantar e derrubar projetos facilmente, assim como de fazer com que ideias entrem em ascenção ou queda. Suas novelas são as mais vistas no mundo, sendo transmitidas para diversos países. Além de serem sucessos absolutos aqui no Brasil. Uma grande emissora como esta está focada no lucro, pois ela necessita de capital para existir. Ela está ligada em tudo o que dá retorno. Os evangélicos já são quase 23% da população brasileira, o protestantismo é a religião que mais cresce no Brasil, “sugando” os fiéis das demais religiões, principalmente do catolicismo. Somos destaque. Estamos no foco. Até da Rede Globo. O “Festival Promessas” e “Troféu Promessas” são projetos idealizados pelas empresas das Organizações Globo, tendo em vista o grande crescimento dos evangélicos no país. A gravadora da empresa, Som Livre, está investindo no segmento cristão, tendo em seu casting grandes nomes como Diante do Trono, Ludmila Ferber, Asaph Borba, Davi Sacer, dentre outros. Há quem diga que é um retrocesso, mas isso deve ser visto como um avanço muito, muito grande mesmo! A Rede Globo é, como já foi dito, a maior empresa brasileira pelo seu poder de formar opinião. Tê-la como aliada na propagação da Palavra de Deus é algo muito bom, excepcional até. Mesmo que ela esteja visada no retorno financeiro, nós, Igreja, estamos focado nas almas que estão sendo alcançadas. Mas isso é uma questão digna de outra matéria. Vamos nos ater à outra questão que está em pauta: o respeito que nós, evangélicos, merecemos. Até da Globo! As novelas das 19h e 21h, “Cheias de Charme” e “Avenida Brasil”, têm trazido esteriótipos evangélicos à tona através de personagens totalmente distorcidos e que não condizem com a realidade. A primeira novela, “Cheias de Charme” traz a personagem “Ivone” que é uma empregada doméstica interpretada por Kika Kalache. Por enquanto, ela não fere muito a nós, como cristãos. Pela própria descrição dos autores da novela, ela é uma mulher devota, que não gosta de regular a vida de ninguém, mas adora falar de Deus. O único erro que pode ser visto na personagem é a da imagem de antiquada que ela demonstra, como evangélica, ter. Usa roupas totalmente fechadas, sem nenhuma brecha, fala tudo certinho, “em perfeito português” como diz a descrição dos autores. Já na novela das 21h, “Avenida Brasil”, João Emannuel Carneiro traz ao público “Dolores Neiva” interpretada por Paula Burlamaqui. Ela é uma ex-prostituta que se converteu e mudou radicalmente de vida. Até aí tudo bem. Já na primeira cena em que ela aparece na trama, ela traz consigo uma Bíblia, da qual não larga do peito, “evangelizando” todos os presentes na rodoviária que ela se encontra. Parece tudo muito lindo, se na cena ela não fosse vista como uma “anormal”. Todos conversam como se fossem os normais na história, enquanto ela grita, e tenta convencer a todos que irão para o inferno. Sempre, é claro, usando roupas longas, fechadas, e acima de tudo, feias. Sem maquiagem, salto alto, acessórios ou coisas do tipo. Demonstrando para quem está em casa, que além de perturbadores do sossego alheio, nós evangélicos não sabemos nos vestir nem estamos antenados com a moda, e andamos, pra cima e para baixo com a Bíblia embaixo do braço. E não é que andar com a Bíblia debaixo do braço pra cima e pra baixo seja algo ruim, mas uma imagem dessa demonstra que nós evangélicos não temos vidas normais, pois vivemos andando com a Bíblia por onde quer que a gente vá, colada ao nosso corpo. Passa uma imagem de fanatismo, e não de devoção. A novela poderia mostrar que podemos ler a Bíblia através de tantos meios, desde CD’s até em aplicativos de celulares e tablets. Pela descrição do próprio autor, João Emannuel Carneiro, a personagem Dolores é evangélica “No entanto, quando toma um drink, sua antiga personalidade volta à tona.” Em uma cena exibida nesta semana que passou, ela disse: “… porque eu sou evangélica, mas de pecado eu ainda entendo muito!” Passando para os telespectadores uma imagem de “santinha do pau oco”, reforçando um preconceito que muitos têm sobre os evangélicos. Outro ponto a ser analisado é que recentemente ela quase que obrigou o seu filho na trama a se casar com uma “periguete” apenas para que ele “garanta um lugar ao lado do Senhor” pois o jovem é homossexual. Desde quando se casar só porque é homossexual vai garantir que alguém seja salvo? A Rede Globo está no “Guinnes Book” o livro dos recordes, como a única emissora de TV do m\undo que dita cultura através de suas novelas à população brasileira. Basta apenas uma atriz usar uma roupa ou um colar diferente que a moda pega, e quase todo mundo passa a usar e se portar daquela maneira. Somos influenciados por isso, todo o tempo. Imaginem então o que uma imagem distorcida dos cristãos pode fazer na cabeça das pessoas que não conhecem a cultura evangélica tão a fundo? Como essas pessoas vão se aproximar de uma religião, e mais do que isso, de Jesus, sabendo que Ele delimita as pessoas a usarem roupas bregas, pararem de cuidar da aparência e começarem a viver de um lado para o outro com uma Bíblia encostada ao peito perturbando os outros a serem evangélicas também? Por quê a Globo mostra o espiritismo tão bem e de forma tão fiel à realidade, mostrando que é “algo bom”, passando uma imagem de credibilidade, e com nós evangélicos não acontece a mesma coisa? Por quê a Globo não mostra papéis de evangélicos autênticos, que sabem se vestir, se portar, falar de forma eloquente, que possuem cargos importantes, enfim? Os autores têm livre escolha para abordar o que quiserem em suas novelas, mas a Globo pode sim interferir no decorrer da trama sobre alguns temas e personagens. O mínimo que esperamos é respeito, e que a emissora oriente seus autores a escreverem sobre a realidade para que as pessoas conheçam quem somos e acabem com preconceitos e rótulos impostos à nós, evangélicos, pela própria mídia. Se acertam por um lado, com o Festival Promessas, pecam de outro, através de suas novelas. No entanto, já é um início tudo o que estamos vivendo na mídia. Aos poucos, todos vão aprender a nos respeitar e a reconhecer o importante papel que temos como evangelizadores e representantes do Reino de Cristo aqui na terra. Tadeu Ribeiro [email protected] Tema sugerido por: Aleksander Aragão.]]>

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