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Padre Robson tinha mansão de luxo na Bahia que foi paga à vista, diz MP
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4 anos atrásem
Por
Tadeu RibeiroO padre Robson de Oliveira Pereira, ex-presidente da Afipe (Associação dos Filhos do Pai Eterno), está sendo investigado na Operação Vendilhões, por suspeitas de desvios na casa dos 120 milhões de reais, que bancaram uma vida de luxo e glamour.
O dinheiro servia para comprar fazendas, um avião, e até uma casa na Praia de Guarajuba, na Bahia, conforme revelou o Ministério Público de Goiás (MP-GO).
A compra da mansão de veraneio foi feita em 2014, pela bagatela de R$ 2 milhões, com valor pago à vista. A dona é a Afipe, fundada por Padre Robson, que movimentava cerca de R$ 20 milhões por mês em doações dos fiéis (cerca de R$ 2 bilhões ao longo de todo o tempo de atuação), por meio do Santuário Basílica de Trindade.
O promotor Sebastião Marcos Martins, que coordena a investigação no MP-GO, afirmou que a Afipe se transformou numa verdadeira empresa.
“As contas bancárias da Afipe foram usadas para comprar fazendas, residências em condomínio fechado, apartamentos em São Paulo e Goiânia, fazendas em todo o Brasil, mineração. Quer dizer, a Afipe é hoje uma grande empresa. Ela tem o argumento religioso mas se converteu em uma grande empresa no Estado de Goiás que explora inúmeras atividades, agropecuaria e mineração, compra inúmeros imoveis e vende inúmeros imóveis”, afirmou.
Além dessa casa de praia na Bahia, os investigadores descobriram uma chácara onde a casa tem as paredes de vidro e piscina aquecida, além de um ofurô, que também teria sido comprada com dinheiro doado por fiéis para a Afipe.
As fazendas são uma verdadeira coleção: cerca de 50 descobertas até agora, sendo uma delas avaliada, sozinha, em quase R$ 100 milhões de reais.
A nova diretoria da associação anunciou nesta segunda-feira (21) que substituiu todos os membros que são investigados na Operação Vendilhões. Padre Robson já estava afastado de suas funções desde que a operação foi deflagrada.
Padre Robson nega qualquer irregularidade. O advogado Klaus Marques, que defende o religioso, afirmou que os negócios feitos pela Afipe são todos legais e regulares.
“Quando a Afipe adquire uma fazenda, por exemplo, para criar gado, tira dali lucro para manter as suas atividades, o que é completamente lícito e dentro do que o seu estatuto determina e autoriza, ela tem que abrir uma filial e tem um CNPJ diferente”, explicou.
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