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Padres da Igreja Católica da França abusaram de pelo menos 216 mil crianças, diz relatório

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Cerca de 216 mil crianças foram vítimas de abusos sexuais nas mãos de clérigos desde 1950, dentro da Igreja Católica Francesa. É o que revela um relatório divulgado por uma comissão que realizou a investigação.

Segundo o presidente da Comissão Independente sobre os Abusos da Igreja (Ciase), Jean-Marc Sauvé, o número de vítimas sobe para 330 mil quando considerados “agressores leigos que trabalham em instituições da Igreja Católica”, nomeadamente nas capelanias, professores nas escolas católicas ou em movimentos juvenis.

Segundo o investigador, na igreja católica francesa existiram nos últimos 70 anos entre 2.900 a 3.200 pedófilos suspeitos.

Os abusos representam 4% de todos os casos em toda sociedade francesa, segundo a investigação. “O problema ainda não foi superado”, disse Sauvé, dando a indicação de que ainda acontece no seio da igreja.

Outra conclusão apresentada foi a de que, durante anos, a Igreja demonstrou sempre “completa indiferença” em relação às vítimas até à década de 2000. E fez “vista grossa” deixando de denunciar os abusos e, por vezes, mantendo as crianças em contato com os abusadores, disse Sauvé.

Esta comissão foi criada por bispos católicos franceses em finais de 2018 para investigar os abusos sexuais e tentar assim restaurar a confiança pública na Igreja.

Diante desse escândalo, um representante, Monsenhor Eric de Moulins-Beaufort, chefe da Conferência dos Bispos da França, pediu perdão às vítimas de abuso sexual por parte do clero.

Este é o mais recente caso na igreja católica, que tem vindo a ser abalada por escândalos de abuso sexual nos últimos 20 anos.

Após a revelação do relatório, o Papa Francisco, que é o líder máximo da Igreja Católica, afirmou em seu nome e em nome da Igreja Católica, estar envergonhado.

“Gostaria de expressar às vítimas minha tristeza e dor pelo trauma que sofreram”, disse durante audiência semanal no Vaticano nesta quarta-feira (06/10). “E também minha vergonha, nossa vergonha, minha vergonha pela incapacidade da Igreja por muito tempo de colocá-los no centro das preocupações”, disse o religioso.

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