O Papa Francisco, em resposta a cinco cardeais conservadores que o desafiaram a reafirmar o ensino da Igreja sobre a homossexualidade, levantou a possibilidade de que as uniões entre pessoas do mesmo sexo possam ser abençoadas de alguma forma. Esta declaração ocorre antes de uma grande reunião no Vaticano na qual as questões relacionadas aos católicos LGBTQ+ estão na pauta.
Segundo a Reuters, a carta escrita pelo Papa em 11 de julho foi publicada pelo Vaticano na segunda-feira (02/10), após ter recebido dos cardeais uma lista de cinco perguntas, conhecidas como “dubia”, um dia antes.
Nesta carta, o Papa Francisco sugeriu que as bênçãos para uniões do mesmo sexo poderiam ser consideradas, desde que não fossem confundidas com o casamento sacramental. Ele afirmou que a “caridade pastoral” requer paciência e compreensão, e que os padres não devem se tornar juízes que negam, rejeitam e excluem.
“Por isso, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento”, escreveu o Papa. “Porque quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda de Deus, um apelo para poder viver melhor, uma confiança num pai que nos pode ajudar a viver melhor”.
O Papa reiterou que o casamento é a união entre um homem e uma mulher, mantendo a posição oficial da Igreja. No entanto, sua resposta aos cardeais marca uma mudança em relação à declaração anterior da Congregação para a Doutrina da Fé, que afirmou que a Igreja não poderia abençoar uniões homossexuais porque “Deus não pode abençoar o pecado”.
Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, uma organização que apoia os católicos LGBTQ+, elogiou a abertura do Papa a essa possibilidade. Ele enfatizou que isso implica o reconhecimento de que o amor sagrado pode existir entre casais do mesmo sexo e reflete o amor de Deus.
Os cinco cardeais conservadores que desafiaram o Papa em relação a várias questões, incluindo a homossexualidade, publicaram seu material antes do início de um grande sínodo no Vaticano, que abordará a presença e o papel dos católicos LGBTQ+ na Igreja. Os cardeais, críticos fervorosos de Francisco, buscaram respostas diretas do Papa, que até então não havia respondido a eles.
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Política5 dias atrás
