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Pastor Caio Fábio atribui à Edir Macedo aumento de escândalos nas igrejas

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Pastor Caio Fábio e o Bispo Edir Macedo - Fotos: Reprodução/Redes Sociais

O pastor Caio Fábio, fundador do Movimento “Caminho da Graça”, foi entrevistado pela Veja e falou de alguns temas polêmicos do meio religioso. Ele, que é considerado uma das figuras mais importantes da história do evangelicalismo brasileiro, começou a pregar o evangelho no início dos anos 1970, quando os evangélicos representavam 5,2 % da população. Hoje, 31% dos brasileiros se autodeclaram aderentes ao movimento.

Perguntado, o reverendo tentou explicar por que existem tantos escândalos nas igrejas evangélicas. Caio Fábio falou sobre fatores que contribuem para que isso ocorra com tanta frequência.

Segundo ele, desde o começo do meu ministério em Manaus, no início dos anos 1970, acreditava que os evangélicos tinham jeito. “Eu nutria a esperança de que era possível que se fizesse uma grande revolução do evangelho no Brasil”, iniciou o religioso.

FAMA PELO BRASIL

O pastor disse que começou a pregar nas ruas, nas esquinas e pregava para as comunidades hippies, e viu centenas de usuários de drogas se converteram com o seu testemunho de vida. Por causa disso, surgiu uma pequena revolução na cidade e, inesperadamente, estava pregando dominicalmente na TV Globo no Amazonas, a convite do doutor Phelippe Daou.

Seu programa fez muito sucesso e, em pouco tempo, já estava cobrindo o Recife, o Nordeste e a região sul do Brasil, fazendo-o ser considerado uma figura reconhecida e aclamada nacionalmente entre os evangélicos e entre os não evangélicos.

“Espíritas kardecistas, umbandistas e praticantes de outras religiões de matriz africana me convidavam para pregar o evangelho em seus ambientes de culto. É importante dizer que naquele período eu terminava meu programa incentivando as pessoas a procurarem uma igreja evangélica próxima de suas casas, sendo um agente de convergência”, disse.

RELAÇÃO COM OUTRAS DENOMINAÇÕES

Então, Caio Fábio passou a conviver com os mais diferentes grupos denominacionais no País. “Me fez acreditar que naquelas pessoas havia um potencial extraordinário. Porém, elas eram muito ignorantes e, muitas vezes, truculentas”, afirmou ele. “O meu coração me convenceu que elas só eram obtusas como eram porque lhes faltava ensino”.

Segundo Caio, houve o acolhimento e a propagação da ‘Teologia da Prosperidade’ e da chamada ‘Confissão Positiva’ pelos grupos neopentecostais. Ele disse que em pouco tempo o movimento neopentecostal “adulterou o evangelho com as práticas mais perversas e vis que se possa imaginar”.

Fábio criticou a postura e o trabalho de diversos líderes evangélicos, hoje, os nomes mais conhecidos das igrejas no Brasil, como Robson Rodovalho, da Igreja Sara a Nossa Terra, Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, o Missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, e Edir Macedo, da Igreja Universal.

Segundo Caio Fábio, eles foram “os grandes propagadores das maiores aberrações e corrupções da mensagem do evangelho no Brasil”. Ele conta que quando viu ‘aquela manipulação toda sendo feita em nome Deus’, foi ao encontro de Edir Macedo. No primeiro encontro, o líder da Universal falou:

“Você pesca com minhoca, com peixe e com camarão. Eu, ao contrário, não tenho essa sua capacidade, esse seu conteúdo e essa sua retórica, por isso eu pesco com merda. O povo que eu atraio, gosta de merda e é isto que eu ofereço a eles'”, revelou Caio.

“Quando perguntei a ele o porquê de tanta trapaça e falsificação da mensagem de Jesus, ele me falou naturalmente: ‘Reverendo, o que o senhor faz está certo, mas não dá certo!’”, disse ele, que completou “Me levantei contra todas aquelas aberrações macedianas que maculavam a imagem do evangelho e dos evangélicos perante a sociedade”, contou.

ROMPIMENTO

Segundo ele, o sucesso da Associação Evangélica Brasileira (AEVB) – organização fundada em 1991, por ele e por um grupo de pastores amigos chamados de ‘irmãos da caminhada’ – foi tanta que figuras como Manoel Ferreira, líder das Assembleias de Deus Madureira, e Edir Macedo (IURD), o procurou manifestando o desejo de fazerem parte da associação.

“Tal pedido lhes foi, peremptoriamente negado, pois conforme eu havia dito em determinada ocasião ao Macedo, a AEVB, ‘só havia sido formada para se diferenciar daquilo que ele representava’. Durante aquelas décadas, a minha presença era um fator de convergência entre os evangélicos, de modo que o que eu falava reverberava entre luteranos e pentecostais”, contou.

Caio Fábio prossegue dizendo que com o seu rompimento com o movimento evangélico, após o seu divórcio, em 1998, “a coisa deteriorou-se”. “Não havia mais nenhuma figura que exercesse a mesma autoridade, coragem e capacidade de conciliação que eu exercia. Então, de lá para cá, os escândalos, manipulações e desvios doutrinários se tornaram lugar-comum nas igrejas evangélicas”, finalizou explicando um dos fatores que contribuem para que haja escândalos nas igrejas, segundo ele à Veja.

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