A Igreja Universal do Reino de Deus está passando por problemas em alguns países africanos, que querem a ‘independência’ da denominação por lá com relação aos bispos brasileiros, incluindo o presidente Edir Macedo. As informações são da BBC.
A imprensa angolana divulgou na última quinta-feira (28) que os religiosos, afirmando que têm o apoio de 330 pastores e bispos angolanos da Igreja Universal, exigem que líderes brasileiros da instituição deixem “o território nacional dentro dos prazos estabelecidos pelas autoridades migratórias” para que a igreja passe a ser “liderada exclusivamente por angolanos”.
E esse não é o primeiro problema que a IURD enfrenta por lá. Poucas semanas atrás, a Igreja Universal foi ameaçada de expulsão em outro país africano – São Tomé e Príncipe – onde também era acusada de privilegiar pastores brasileiros e forçar pastores locais a realizar vasectomias.
Na última quinta-feira, policiais e seguranças impediram o acesso de um grupo ao templo principal da IURD em Luanda, quando houve tumulto após alguns pastores tentaram ler um manifesto contra os líderes brasileiros.
O manifesto diz que líderes da Universal praticam “nepotismo, racismo e ‘amiguismo'”, além de privilegiar religiosos brasileiros e dificultar a ascensão de pastores angolanos na denominação.
Segundo os pastores que se rebelaram contra o sistema atual, o bispo Edir Macedo teria instruído os gestores da Igreja Universal no país africano a “venderem mais da metade do patrimônio da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, sem prévia consulta aos bispos, pastores, obreiros e membros angolanos”.
Este patrimônio que estaria sendo negociado, dizem os pastores, “inclui residências e terrenos que foram adquiridos e/ou construídos com os dízimos, ofertas e doações dos bispos, pastores, obreiros e membros de Angola”, afirma o comunicado.
Além disso, os dissidentes da denominação afirmam que, nos últimos 12 meses, “a anterior e atual liderança brasileira, por orientação do Bispo Edir Macedo, tem forçado os pastores solteiros e casados a submeterem-se a um procedimento cirúrgico de ‘esterilização’, tecnicamente conhecido como vasectomia”.
O grupo de pastores africano disse, ainda, que a prática de vasectomia constitui “clara violação dos direitos humanos, da lei e da Constituição da República de Angola”, além de ser estranha “aos costumes da nossa realidade africana e angolana”.
Outro Lado Procurada pela BBC, a Igreja Universal do Reino de Deus disse que continua unida na Angola, com viés missionário em sua conduta: “Continuamos unidos, bispos, pastores, obreiros, evangelistas e jovens, com o firme propósito de levar o Reino de Deus e expandir o evangelho aos quatro cantos do mundo”.
A igreja do bispo Edir Macedo afirmou também que esse movimento de revolta deve-se a pastores que possuem problemas com a denominação, por terem sido disciplinados.
“[…] a Igreja Universal em Angola continua mais forte do que nunca. [O movimento revoltoso deve-se a] ex-pastores desvinculados da instituição por desvio moral, e de condutas até criminosas com o único objetivo de terem sua ganância saciada”. A Igreja Universal afirmou ainda que sempre se pautou pela “moralidade, respeito às autoridades constituídas e à legislação vigente” na Angola.
A Igreja Universal iniciou suas atividades no país africano em 1992, quando a Angola ainda era colônia portuguesa no oeste africano, com cerca de 30 milhões de habitantes. De lá para cá, abriu mais de 230 templos no país. A igreja diz ter como fiéis 2,7% da população angolana.
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