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Pr. Tupirani da Hora Lores é condenado a 18 anos de prisão por ódio contra judeus

Tupirani havia sido preso pela Polícia Federal (PF) em fevereiro por discurso contra judeus

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Tupirani da Hora Lores no dia em que foi preso, em fevereiro deste ano - Foto: Divulgação

Preso no final de fevereiro deste ano, o pastor Tupirani da Hora Lores, líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, no Rio de Janeiro, foi condenado pela Justiça Federal por discurso contra judeus.

Tupirani havia sido preso pela Polícia Federal (PF) no bairro de Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio. Conhecido por discurso contra judeus, além de praticantes de outras religiões, e homossexuais, o religioso também tem feito muitas críticas a pastores e cantores gospel.

A sentença da Justiça Federal foi proferida nesta quinta-feira (30/06) em desfavor do pastor. Tupirani da Hora Lores foi condenado à pena de 18 anos e 6 meses de reclusão e 814 dias-multa por praticar, induzir ou incitar a discriminação contra pessoas judiais ou israelitas por meio de publicações de vídeos e mensagens nas redes sociais.

A sentença foi proferida pela juíza Valeria Caldi Magalhães, da 8ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que considerou que “o réu se valeu de sua condição de pastor de uma comunidade religiosa para a prática do crime, o que incrementa o potencial de induzir os seguidores a agir de modo similar”.

A ação foi movida pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj). E de acordo com a denúncia oferecida contra ele pelo Ministério Público, Lores teria praticado, induzido e incitado a discriminação contra pessoas judias ou israelitas por meio de publicações de vídeos e mensagens em canais do YouTube ou perfis de redes sociais.

A notícia-crime que embasou a operação de 2020 tinha vídeos de um culto presencial, na sede da congregação, nos quais Tupirani da Hora Lores pediu que Deus massacrasse os judeus, que os humilhasse, e clamou que “eles sejam envergonhados, como na Segunda Guerra, e não tenham forças para levantar suas servis”.

Em outro trecho, Tupirani cobrou ações divinas contra os judeus e se referiu à disputa pelas terras do estado de Israel e à diáspora judaica de modo ofensivo. “Eles saíram às nações para compartilhar das suas heranças em benefício próprio, deitaram com as prostitutas, Senhor. Fizeram alianças, serviram ao mal e desejam se alimentar com as bolotas e alfarrobas dos porcos, Deus. Porquanto, ficaram sem nada”, disse.

Segundo a PF, as investigações revelaram que o pastor produziu e publicou diversos vídeos com ataques a judeus e membros de outras religiões.

Em nota, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ) disse que “a condenação acontece porque houve a coragem de denunciar atos criminosos e a FIERJ não poderia, de modo algum, ter se calado. Registramos que a decisão tem, também, um viés educativo, pois não podemos aceitar a banalização da violência nos discursos de ódio. Confiamos na Justiça, sempre!”.

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