Prefeitura contrata show de Gabriela Rocha e valor do cachê repercute na web

A contratação de um show da cantora gospel Gabriela Rocha está causando discurssão na internet devido ao valor do cachê. A artista, de 28 anos, foi contratada para se apresentar na Marcha para Jesus de Careiro do Castanho, um município de pouco mais de 38 mil habitantes e que fica na Região Metropolitana de Manaus (AM).

Na última quinta-feira (28/07), a prefeitura de Careiro do Castanho publicou no Diário Oficial do Município (DOM) a contratação do show de Gabriela Rocha para a Marcha para Jesus da cidade. O valor do cachê trouxe uma surpresa: R$ 120 mil.

A contratação, sendo assinada pelo prefeito da cidade, Nathan Macena (Republicanos), trouxe discussão na web. Isso porque, o valor do cachê foi considerado por muitos sendo “alto” para uma pequena cidade. Além disso, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) está em 0,557, segundo o IBGE, valor considerado baixo. Para fins de comparação, Manaus possui um IDHM de 0,737.

De acordo com a publicação no DOM, o show da cantora será organizado pela empresa V e V Produção e Organização de Festas e Eventos LTDA. Os gastos com os demais serviços de palco, iluminação e artistas locais não constam nas publicações do DOM.

O show acontecerá no próximo dia 20 de agosto. O prefeito da cidade ainda não se manifestou sobre o valor do cachê.

Nas redes sociais, internautas repercutiram o caso. Além de criticar a contratação, muitos saíram em defesa da cantora gospel e da realização do evento: “Desses 120 mil vai passagem, hospedagem e alimentação da equipe e cachê da banda… não sobra quase nada em cima de 120 mil. Então resumindo para os desinformados, esse valor é o custo total de toda produção”, comentou um internauta. “Ela é uma ministrante de louvor, mas cantar é a profissão dela. Todos são dignos de seu salário, isso é bíblico. Quem estiver achando ruim só pode cantar no lugar dela, e de graça”, disse outra pessoa.

CASO PARECIDO HÁ UM MÊS

Vale lembrar que há um mês a Justiça do Mato Grosso determinou a suspensão do show do cantor gospel Anderson Freire, que aconteceria em 20 de agosto no Dia do Evangélico, em Canarana. Segundo a decisão, o gasto de R$ 95 mil de cachê era injustificado e violava o princípio da moralidade e eficiência da administração pública.

Na ocasião, a magistrada alegou que o gasto era injustificado e violava o princípio da moralidade e eficiência da administração pública, pois, desde o mês de junho, está em vigência um decreto do prefeito Fábio Faria que declarou situação de emergência em decorrência dos altos índices de doenças como dengue, zika e arboviroses. Também foi citado o aumento de contaminados pela covid-19, o que exige atenção especial em dobro do Poder Executivo à saúde pública.