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Rainha Elizabeth II amava a Bíblia e colocava sua confiança em Deus

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Rainha Elizabeth 2ª morreu nesta quinta-feira, 08 de setembro - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mais longeva monarca britânica da história, que passou 70 anos no trono, a Rainha Elizabeth II morreu nesta quinta-feira (08/09), aos 96 anos no castelo de Balmoral, na Escócia. Ela era chefe da Igreja da Inglaterra e tinha uma fé cristã genuína própria.

A rainha Elizabeth II tinha uma forte fé cristã que ficou evidente ao longo de sua vida em suas palavras e ações. Além de seu papel formal como ‘Defensora da Fé e Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra’, que veio com a monarquia, sua fé pessoal era evidente mesmo antes de ser coroada.

“Ore por mim… para que Deus me dê sabedoria e força para cumprir as promessas solenes que farei, e que eu possa servir fielmente a Ele e a você, todos os dias de minha vida”, disse ela em seu pedido de oração feito em sua primeira transmissão de Natal em 1952.

DISCURSO DE NATAIS

Ao longo de seu reinado sem precedentes, a rainha Elizabeth II falou frequentemente sobre sua fé cristã pessoal, assim como foi no seu primeiro discurso de Natal em 1952, uma tradição iniciada por seu avô, o rei George V. Na ocasião, a rainha pediu oração para o seu reinado.

“Quero pedir a todos vocês, qualquer que seja sua religião, que rezem por mim”, disse ela. “Que rezem para que Deus me dê sabedoria e força para cumprir as promessas solenes que farei, e que eu possa servir fielmente a Ele e a você, todos os dias da minha vida”, completou.

Em seus discursos de Natal para a Commonwealth, frequentemente se referem a Jesus Cristo, o fundador do cristianismo, cujo nascimento é comemorado no Natal. Ao lado de seu papel oficial como chefe da Igreja da Inglaterra, a rainha expressava uma fé pessoal em Jesus Cristo. Como ela disse em sua transmissão de Natal em dezembro de 2000: “Para mim, os ensinamentos de Cristo e minha própria responsabilidade diante de Deus fornecem uma estrutura na qual tento conduzir minha vida”.

Em 2008, a Rainha disse: “Espero que, como eu, você seja confortado pelo exemplo de Jesus de Nazaré que, muitas vezes em circunstâncias de grande adversidade, conseguiu viver uma vida extrovertida, altruísta e sacrificial… a felicidade e a satisfação humanas genuínas residem mais em dar do que em receber; mais em servir do que em ser servido”.

Em 1985, ela disse que a história “nos lembra do nosso dever para com o próximo. Devemos tentar seguir a instrução clara de Cristo no final dessa história: “Vá e faça o mesmo”.

Em sua transmissão de 2020 na véspera de Natal do Castelo de Windsor, onde se isolava com o príncipe Philip devido à pandemia de Covid-19, ela disse: “Continuamos inspirados pela bondade de estranhos e buscar o conforto de que – mesmo nas noites mais escuras – há esperança no novo amanhecer. Jesus tocou nisso com a parábola do Bom Samaritano”.

“O homem que é roubado e deixado na beira da estrada é salvo por alguém que não compartilhava de sua religião ou cultura. Esta maravilhosa história de bondade ainda é tão relevante hoje. Os bons samaritanos surgiram em toda a sociedade mostrando cuidado e respeito por todos, independentemente de sexo, raça ou origem, lembrando-nos que cada um de nós é especial e igual aos olhos de Deus”, discursou.

Em 2002, a rainha sofreu um ano doloroso de perdas pessoais com a morte de sua irmã, a princesa Margaret, e da rainha-mãe. Em seu discurso anual de Natal daquele ano, ela falou de como sua fé a sustentou.

“Sei o quanto confio em minha própria fé para me guiar nos bons e nos maus momentos”, disse ela. “Cada dia é um novo começo. Eu sei que a única maneira de viver minha vida é tentar fazer o que é certo, ter uma visão de longo prazo, dar o meu melhor em tudo o que o dia traz e colocar minha confiança em Deus”, disse.

Em 2012, ela concluiu sua transmissão de Natal orando por seu povo e convidando uma resposta prática e de coração de servo à mensagem de amor de Jesus Cristo:

‘Esta é a época do ano em que lembramos que Deus enviou seu único filho ‘para servir, não para ser servido’. Ele restaurou o amor e o serviço no centro de nossa vida na pessoa de Jesus Cristo. É minha oração neste dia de Natal que seu exemplo e ensino continuem a unir as pessoas para dar o melhor de si a serviço dos outros. A canção “In the Bleak Midwinter” termina fazendo uma pergunta a todos nós que conhecemos a história do Natal, de como Deus se entregou a nós em um serviço humilde:

A FÉ DA RAINHA

Além de falar sobre sua fé e frequentar os cultos da igreja oficialmente, a rainha adora em particular todos os domingos e conta com as orações de seu povo. Em 1992, em um discurso para marcar o 40º aniversário de sua adesão, ela agradeceu a todos que oraram por ela e disse que essas orações ‘me sustentaram por todos esses anos’.

Sua fé pessoal também a leva a trabalhar pela paz e reconciliação internacionalmente e em sua própria família. Em 2011, ela disse: “O perdão está no coração da fé cristã. Pode curar famílias desfeitas, pode restaurar amizades e reconciliar comunidades divididas. É no perdão que sentimos o poder do amor de Deus”.

RELACIONAMENTO COM BILLY GRAHAM

Seu amigo e confidente Billy Graham atestou o amor da rainha pela Bíblia, bem como a força e profundidade de sua fé cristã, em sua autobiografia, Just As I Am.

“Ninguém na Grã-Bretanha foi mais cordial conosco do que Sua Majestade a Rainha Elizabeth II”, escreveu Graham. “Quase todas as ocasiões em que estive com ela, foram em um ambiente acolhedor e informal, como um almoço ou jantar, sozinho ou com alguns membros da família, ou outros amigos íntimos”.

Elizabeth e Graham desfrutavam de uma amizade que durou mais de 60 anos até o falecimento de Graham em 2018. Ele escreveu: “Sempre a achei muito interessada na Bíblia e em sua mensagem”.

O amor da rainha pela Bíblia e sua mensagem evangélica a levaram a participar da publicação de um livro especial para comemorar seu 90º aniversário. Intitulado “The Servant Queen and the King She Serves” – “A Rainha Serva e o Rei que ela serve”, co-autoria de Catherine Butcher e Mark Greene, traz uma visão geral da fé cristã da rainha, e que foi publicada pela Bible Society UK, para quem a Rainha serve como patrona, juntamente com HOPE e o London Institute for Contemporary Christianity.

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