O Brics é um bloco de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - Foto: Itamaraty
Repercutiu nos últimos dias a fala do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, de que os países que compõem o Brics estarão no centro da “nova ordem mundial”. O Brics é um bloco de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Segundo o Sputnik, um site de propaganda do governo Putin, a declaração de Ryabkov foi dada em entrevista à TV russa RT, na última semana, em 30 de março. Segundo ele, a nova ordem mundial será formada depois da “operação militar especial” na Ucrânia.
Naquela ocasião, Sergey Ryabkov falava sobre a nova política de instituir o pagamento em rublos pelo gás russo quando o cliente é um país considerado “hostil” pelo Kremlin. Segundo Ryabkov – contrariando todos os paradigmas do comércio internacional – isto não seria uma mudança nos termos dos contratos, mas “uma proteção dos interesses russos”.
Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia – Foto: Alexander Shcherbak\TASS via Getty Images
Em meio ao pronunciamento, não somente inaugurou uma nova modalidade de comércio onde o vendedor castiga o cliente, mas estreou – publicamente e sem meias-palavras – as pretensões russas de liderar uma versão duguinista da nova ordem mundial.
“A Rússia tem buscado estabelecer parceria com qualquer país decidido em cooperar com Moscou, depois da guerra híbrida imposta pelo ocidente”, disse o diplomata russo. Ryabkov afirmou que as sanções do Ocidente contra a Rússia são “descabidas”. Ele afirmou que o desejo de “atacar” Moscou é antigo e que as potências ocidentais usaram isso apenas como um pretexto.
Já o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, apontou para o momento de transição para “uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, durante encontro com Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, às vésperas da terceira conferência ministerial dos países vizinhos do Afeganistão, que será realizada na cidade chinesa de Tunxi, na quinta-feira (31/03).
“Estamos passando por uma fase muito séria das relações internacionais. Estou convencido de que, no final desta fase, a situação internacional será esclarecida substancialmente e vamos avançar com vocês, juntamente com outros com o mesmo pensamento, para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, disse Lavrov.
Ele ouviu do chanceler chinês que “a cooperação entre a Rússia e a China não tem limites, nossa luta pela paz não tem limites, nosso desejo de manter a segurança não tem limites, nossa oposição ao hegemonismo não tem limites”.
Ainda não houve pronunciamento dos demais membros do BRICS sobre as aspirações russas.
NOVA ORDEM MUNDIAL E O QUE DIZ OS CRISTÃOS
O termo nova ordem mundial faz alusão à decadência dos Estados Nacionais e das Organizações Internacionais diante da Globalização que unifica e homogeneíza territórios, povos e culturas. Ou seja, vem com a ideia de uma nova ordem política, econômica e social liderada pelo bloco globalista ocidental e erroneamente passou a ser sinônimo do projeto de poder globalista.
Muitos escatologistas cristãos milenaristas apocalípticos, iniciando com John Nelson Darby, previram uma conspiração globalista para impor uma nova ordem mundial tirânica como o cumprimento das profecias sobre o “fim dos tempos” da Bíblia, especificamente no Livro de Ezequiel, Livro de Daniel, o Discurso do Monte das Oliveiras encontrados nos Evangelhos sinópticos e no Livro do Apocalipse.
Eles alegam que as pessoas que fizeram um pacto com o diabo para ganhar riqueza e poder tornaram-se peões num tabuleiro de xadrez sobrenatural para mover a humanidade a aceitar um governo mundial utópico, que repousa sobre as bases espirituais de uma religião mundial sincrética-messiânica, que mais tarde revelar-se-á um império mundial distópico que impõe o culto imperial de uma “Trindade Irreligiosa” de Satanás, do Anticristo e do Falso Profeta.
Em muitas teorias de conspiração cristãs contemporâneas, o Falso Profeta será o último papa da Igreja Católica, preparado e instalado por uma Alta Vendita ou conspiração jesuíta, um guru do movimento da Nova Era, ou até mesmo o líder de uma organização cristã fundamentalista da elite como a “The Fellowship“, enquanto o Anticristo seria o presidente da União Europeia, o Secretário-Geral das Nações Unidas, ou até mesmo o califa de um Estado pan-islâmico.
O analista Alan Ghani disse, durante participação na transmissão ao vivo da BM&C News, acreditar na nova ordem mundial e que existe uma aliança entre China e Rússia. “Acho bastante possível sim, não é teoria da conspiração”, avaliou.
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