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Tudo leva a crer que anestesista estuprou mais duas pacientes no domingo, diz delegada

O anestesista esperou o marido da vítima deixar o centro cirúrgico com o bebê para cometer o crime

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O médico anestesista foi preso em flagrante por abusar sexualmente de uma paciente que estava em trabalho de parto no Rio de Janeiro - Foto: Divulgação

O estupro cometido por um médico anestesista contra uma mulher durante o parto no RJ ganhou repercussão nacional. Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante por abusar sexualmente de uma paciente que estava em trabalho de parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart em São João de Meriti.

O abuso aconteceu durante a cesárea e um vídeo gravado com um celular escondido na sala de cirurgia do hospital mostra o médico abusando da paciente, que está dopada para o nascimento do bebê.

A desconfiança começou cerca de um mês antes, segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti. No último domingo (10/07), as enfermeiras voltaram a estranhar o comportamento do médico nas duas primeiras cirurgias que ele participou no dia.

Sem que ele percebesse, elas colocaram um celular com a câmera ligada apontando na direção de onde ele ficava. As imagens que esse aparelho registrou são estarrecedoras.

A paciente está deitada na maca inconsciente. Do lado esquerdo do lençol, a equipe cirúrgica do hospital começa a cesariana. Enquanto isso, do lado direito, a menos de um metro de distância dos colegas, o homem retira o órgão sexual da calça e estupra a mulher.

A delegada disse que “tudo leva a crer”, pelos relatos das testemunhas, “que o médico abusou das duas pacientes anteriores”. Essas mulheres que também fizeram cesáreas no Hospital da Mulher Heloneida Studart já foram identificadas e devem prestar depoimentos nos próximos dias.

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, após ser preso durante o plantão por estupro de paciente – Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

A Polícia Civil também já sabe que os crimes aconteciam após os partos. Até agora, três mães — que foram atendidas por Giovanni — prestaram depoimentos na delegacia. O marido de uma delas é aguardado para prestar depoimento nesta terça-feira (12/07).

De acordo com a delegada, os médicos afirmaram que não viam os abusos, já que “eles estavam concentrados em suas atuações”.

“Nos relatos dos médicos que depuseram, uma pediatra, uma obstetra e um anestesista, ficou constatado que o padrão adotado por Giovanni nas cirurgias era o mesmo. Os outros médicos disseram que estavam atentos ao que estavam fazendo durante a cirurgia. Mas eles relataram que não era normal essa sedação”, disse a delegada.

Uma das profissionais contou, em depoimento, que o anestesista sedava “de maneira demasiada” e que “as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês” após o parto.

“As pacientes [de Giovanni] ficavam complemente fora de si. Quando eram cuidadas por outro anestesista, jamais ficavam dessa maneira”, disse uma funcionária.

Bárbara Lomba disse que se colocou no lugar das vítimas ao se lembrar do nascimento de seu filho. Ela classificou o crime como atrocidade e selvageria.

A direção do Hospital da Mulher Heloneida Studart informou nesta segunda-feira (11/07), que o anestesista esperou o marido da vítima deixar o centro cirúrgico com o bebê para cometer o crime. Além disso, informou que vai abrir uma sindicância interna para apurar as denúncias de estupro durante cesáreas realizadas na unidade. O Conselho de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) também foi notificado pela unidade de saúde.

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