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Minas Gerais

Vereadora de BH é acusada de transfobia após discursar que “Deus fez homem e mulher”

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Flávia Borja, que é vereador ade BH, afirmou que 'Deus fez homem e mulher durante discurso na Câmara de Belo Horizonte - Foto: Reprodução

Durante uma sessão na Câmara de Belo Horizonte, a vereadora Flávia Borja (PP) foi acusada de ter feito um discurso transfóbico. A vereadora afirmou que ‘Deus fez homem e mulher, e o que passar disso não é bem-vindo’. A colega de Casa, Iza Lourença (PSOL), contrapôs a vereadora, afirmando que transfobia é crime.

O discurso da vereadora ocorreu enquanto ela criticava o projeto de lei 162/2021, que prevê a aplicação de multas para estabelecimentos que discriminarem pessoas por sua orientação sexual. A vereadora afirmou que o projeto tenta “enfiar goela abaixo” a ideologia de gênero na capital mineira.

“É mais um projeto que tenta ‘enfiar goela abaixo’ ideologia de gênero aqui na capital mineira (…) O comerciante de Belo Horizonte que não aceitar homem, marmanjo, entrando no banheiro de mulher pode ser multado, de acordo com o projeto, porque não concorda com isso. Uma mulher que se identifica como homem, mas houve ali, por alguma distração ou realmente por causa de uma crença, e o comerciante identificou como mulher, também não pode e vai ser multado. É isso absurdo o que esse projeto visa”, disse a vereadora.

“Esse é um projeto que vai contra a defesa real das mulheres e também contra a liberdade de crença, de religião e (contra ) aquilo que nós entendemos que Deus fez homem e mulher, e o que passar disso não é bem-vindo na nossa cidade”, afirmou.

A vereadora Flávia Borja, que também é pastora da Igreja Batista da Lagoinha, ainda citou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou a chapa do PRTB que elegeu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) como vereador de Belo Horizonte em 2020.

“Estamos aqui, como bancada cristã, para não aceitar essa imposição de uma política de identidade de gênero, principalmente tirando o lugar das mulheres. Para mim, isso é defesa das mulheres, não é ficar com raiva, porque o vereador entrou pelo cano, porque não sabia que os outros participantes da chapa, às vezes, cometeram alguma coisa (…) Foi o que aconteceu com o vereador Uner, que verdadeiramente defende mulheres. Eu acho que quem não defende mulheres é quem aceita homem que se diz mulher na chapa de mulheres”, avaliou a vereadora.

“Mulheres estão perdendo direitos, porque homens que se acham mulheres estão entrando na chapa destinadas a mulheres”, completou Borja.

Por sua vez, a vereadora Iza Lourença destacou que a transfobia é crime e que o que tira espaço das mulheres na política não são as mulheres travestis, mas as chapas que fazem candidaturas laranjas e homens que se elegem em cima dessas candidaturas.

Em entrevista ao GLOBO, Flávia Borja afirmou que foi mal interpretada e que sua posição não é contra as pessoas, que são bem-vindas em todos os lugares, inclusive na igreja evangélica. A vereadora alegou que, naquele momento, estava discutindo um projeto de lei que queria impor a identidade de gênero aos comerciantes da cidade.

“Estávamos discutindo a penalização através de multa, de estabelecimentos que querem proteger as mulheres do sexo biológico feminino do constrangimento. O que eu quis dizer foi sobre a imposição de uma ideologia, de uma agenda. Essa imposição não é bem-vinda em BH. A maioria da população de Belo Horizonte quer que o uso do banheiro respeite o sexo biológico”, afirmou ela, desta vez ao jornal O TEMPO.

“Todas as pessoas são bem-vindas na cidade e devem ser respeitadas, bem como devem respeitar o direito de terceiros. A lei já prevê o crime de discriminação contra qualquer pessoa. Mas temos que entender que o uso do banheiro feminino agride, ofende e constrange a esmagadora maioria da população. E isso não é mesmo bem-vindo em Belo Horizonte”, ponderou.

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